Teixeira FV, DenaDai r, Ferraz ra, GoularT rÁ, SaaD-HoSSne r. instilação de formalina endoluminal como opção terapêutica da retite actínica hemorrágica. Rev bras Coloproct, 2011;31(1): 32-38.Resumo: A retite actínica hemorrágica é um quadro grave que pode ocorrer em qualquer paciente submetido à radioterapia pélvica, por vezes, sendo necessária terapia transfusional e internação hospitalar. A abordagem terapêutica ainda é bastante controversa. Tanto para o tratamento inicial como para casos refratários, uma das opções é a aplicação de formalina. este método é barato, facilmente disponível, de simples execução e eficaz no controle da hemorragia. Os autores relatam dois casos de retite actínica hemorrágica de pacientes tratados com instilação de formalina endoluminal, e sua eficácia terapêutica e complicações são discutidas.Palavras-chave: proctologia; colonoscopia; resultado de tratamento; formaldeído. INTRoDuÇÃo a radioterapia pélvica é um método frequentemente utilizado no tratamento das neoplasias pélvicas, principalmente no câncer prostático, cervicouterino e retal, e que conta com benefí-cios estabelecidos [1][2][3][4][5] . no entanto, não é isenta de complicações 3,5,6 . o reto é o órgão mais comumente lesado após a irradiação pélvica 3,4,[7][8][9][10] , devido à sua posição fixa e sua relação anatômica com os sítios-alvo do tratamento [2][3][4]6,7,[10][11][12] .
Instilação de formalina endoluminal como opção terapêutica da retite actínica hemorrágica endoluminal formalin instillation as a therapeutic option of radiation-induced hemorrhagic proctitiso desenvolvimento da retite actínica é diretamente relacionado com a dose, o volume e o intervalo de radiação 5,7,8 , podendo ser classificada como aguda ou crônica 5,7,13,14 . a fase aguda, geralmente, é autolimitada, e os principais sintomas são diarreia, náuseas e dor abdominal, e pode permanecer até três meses 5,10,14,15 . Já a forma crônica, também denominada de retite actínica crônica 14,15 , ocorre em até 20% dos pacientes 5,7,14,16 , normalmente após meses ou anos à irradiação 5,[13][14][15] . Este quadro de retite actínica crônica é resultante da endarterite obliterante, fibrose da sub- 8,10,13,14,16 , com consequente isquemia do tecido retal 10,13 , o que determina friabilidade da mucosa, sangramento, úlceras, estenoses e fístulas 13 . clinicamente, apresenta-se com uma variedade de sintomas, incluindo diarreia mucoide, tenesmo, dor e sangramento 5,7,13,14,16 . o sangramento pode ser mínimo ou, em alguns casos, maciço, determinando a retite actínica hemorrágica (raH), que é geralmente grave, implicando em repetidas transfusões e internação hospitalar [2][3][4][5]11,13,[15][16][17][18] , constituindo um grande desafio terapêutico 3,4,9,11,15 . o tratamento da raH ainda é controverso, com diferentes 1,6,7,11 modalidades disponíveis, sendo 5,7,8,13,14,19 difícil indicar ou escolher qualquer terapia baseada em evidências 5,7,8,14,19 , devido à ausência de ensaios clínicos randomizados e controlados 7,8,19 . Neste contexto, uma boa opção terapêutica é a ap...