O Território Litoral Sul da Bahia é banhado por cerca de 250 quilômetros de costa atlântica, onde a pesca ocorre com maior intensidade. Embora seja relevante para as comunidades locais, denota-se a escassez de informações que demonstrem os aspectos socioeconômicos da atividade pesqueira, levando à presente pesquisa a ter seu objetivo central na análise dos aspectos socioeconômicos e os conflitos socioambientais existentes na pesca regional. Através de entrevistas, diagnósticos participativos, pesquisa-ação e levantamento bibliográfico, foi possível verificar que os conflitos socioambientais estão presentes, principalmente pela necessidade de ordenamento das áreas de pescas, pela limitada fiscalização e pelos excessos cometidos pelos próprios pescadores, a exemplo da pesca de arrasto. O contexto da pesca no Território apresenta-se declinante quanto aos estoques pesqueiros, estes estando explorados e demandando, consequentemente, maiores esforços de pesca. Esse esforço, na maioria das vezes, se traduz na geração de renda de subsistência levando à não renovação dos pescadores ou seja, os jovens preferem novas oportunidades, dedicando-se à pesca só na hipótese de insucesso nas suas outras escolhas. Adicionam-se também, as estatísticas inconsistentes verificadas durante a pesquisa e o escasso sistema de fiscalização da atividade pelos órgãos competentes, demonstrando o limitado nível de interesse político por esse relevante setor socioeconômico.