Resumo Objetivos Caracterizar os usuários brasileiros de aplicativos de encontro baseados em geolocalização, estimar a prevalência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e fatores associados ao uso do preservativo. Métodos Estudo descritivo, transversal, com amostra de 2.250 homens que fazem sexo com homens (HSH) de todo o Brasil. Utilizou-se da rede social Facebook® para a coleta e divulgação da pesquisa, por meio de uma postagem impulsionada semanalmente, de novembro de 2016 a janeiro de 2017. Os dados foram analisados de forma uni e bivariada com o auxílio do software SPSS. Resultados Houve a predominância de participantes jovens (25 anos), com ensino superior completo (57,8%) e homossexuais (75,7%), que conheceram os seus parceiros através de aplicativos (64,1%), utilizando, principalmente, o Tinder ® (57,3%) e Grindr® (53,3%) para fins sexuais (69,7%). A prevalência de ISTs foi de 11,1%, sendo 7,1 de HIV. Foram fatores associados ao uso de preservativos: conhecer o parceiro pelo app (p=0,003), utilizar o Grindr ® (p=0,002), Scruff ® (p=0,027) ou Hornet ® (p<0,001), usar os apps para amizade (p<0,001), sexo (p<0,001) ou relacionamento (p<0,001), frequência de uso do aplicativo (p<0,001) e utilizar os apps durante à noite (p=0,003). Conclusão Os usuários são jovens, com alto nível educacional e que demonstram familiaridade com os apps pelo tempo de uso. A prevalência de ISTs foi elevada, sobretudo da infecção pelo HIV. Características sociodemográficas e particularidades do uso e consumo dos apps estão associadas a utilização consistente do preservativo, principalmente o motivo de uso, frequência, horário e aplicativo utilizado.