Artefatos de informação regulados e não regulados nas estratégias de uso de múltiplos medicamentos por idosos Regulated and non-regulated information artifacts based on the use of medication by the elderlyClaudio Henrique da Silva, Carla Galvão Spinillo artefatos de informação, artefatos cognitivos, idosos, estratégias de uso de medicamentos A tomada de múltiplos medicamentos por idosos é uma tarefa complexa, na qual informações sobre medicamentos é fundamental. Para tomar adequadamente os medicamentos, os idosos lançam mão de ajudas internas e externas de memória. Artefatos de informação, enquanto artefatos cognitivos, são exemplos de ajudas externas adotadas por idosos. O objetivo deste artigo é discutir os artefatos de informação utilizados por idosos em suas estratégias de uso de múltiplos medicamentos. Para tanto serão apresentados conceitos relevantes a esta discussão, bem como resultados de entrevistas realizadas com idosos e com farmacêuticos. Pode-se observar que os idosos utilizam artefatos regulados e não regulados em suas estratégias de uso de medicamentos. Elementos visuais são essenciais no processo de recordação para a tomada de medicamentos uma vez que são pistas visuais para ativar a memória. Também foi possível concluir que o próprio medicamento pode ser considerado um artefato de informação regulado uma vez que sua forma, tamanho e cor são utilizados como informações visuais para a tomada de medicamentos. O desenvolvimento de artefatos de informação regulados ou não regulados destinados ao uso de medicamentos por idosos constituem-se em um desafio para designers e também um campo fértil de pesquisas para o Design da Informação.
IntroduçãoPara o cidadão, o acesso à informação em saúde é uma necessidade e um direito. Essa necessidade traduz o desejo de autonomia e cidadania, diretamente relacionadas ao empoderamento por parte do cidadão. Para Leite e Ventura (2011: 5), empoderamento é 'o processo pelo qual os que detêm o poder, no caso, os profissionais de saúde, favorecem aos outros (usuários) a adquirirem e usarem o poder necessário (empoderamento da informação) para tomar decisões que afetam a si ou sua vida.' Além disso, há uma necessidade prática que se refere ao uso correto dos medicamentos. Waarde (2010) comenta que é praticamente impossível tomar medicamentos sem informação.Waarde (2010: 42) diz que 'o objetivo de prover informação sobre medicamentos aos pacientes é claro: possibilitar aos pacientes tomar decisões sobre medicamentos e fazer uso apropriado e efetivo.' Neste sentido, o paciente necessita saber o nome do medicamento, indicação e propósito do tratamento, regime terapêutico (dose, frequência, horários de tomada e duração