“…Essa experiência etnográfica e as perguntas que iam surgindo em campo nos levaram à proposta teórico-metodológica de Tim Ingold (1991), ou seja, uma busca de retorno do sujeito e da prática. Dessa maneira, Ingold defende uma totalidade indivisível entre organismo e ambiente, enfocando a centralidade da habilidade prática; há aqui a presunção da indissociabilidade mente/corpo, visível nos estudos da ação e da percepção, dos sentidos, da linguagem, da tecnologia e da arte, para compreensão das formas de engajamento e de desenvolvimento no mundo (Ingold, 2002a, p. 289-419;Silva, 2011). As capacidades de pensar e agir surgem, assim, como propriedades emergentes de um sistema total de desenvolvimento constituído por meio da disposição da pessoa para estar, desde o princípio, dentro de um campo de relacionamentos com o mundo e com outras pessoas (Ingold, 2003, p. 20).…”