A reabilitação psicossocial é uma prática trabalhada em serviços de base comunitária, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Os grupos e oficinas terapêuticas visam o desenvolvimento de habilidades — tanto técnicas como relacionais, além de promover a socialização, a autonomia e o protagonismo. A fotografia e seu avanço tecnológico destacam-se como um importante recurso que vem impactando nos modos de produção de subjetividade. Este artigo objetiva descrever e discutir a criação, desenvolvimento e repercussão de uma Oficina de Fotografia em um CAPS II do município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Trata-se de um relato de experiência de um grupo fechado, de 12 sessões. O número de participantes variou de dois a seis usuários. A duração dos encontros era de uma hora e meia, realizados semanalmente. A oficina mostrou-se capaz de despertar novos interesses nos usuários, contribuindo para a inclusão social. Foi um local de respeito, interação e incentivo ao exercício da cidadania. Destaca-se, também, a apropriação dos usuários do direito à circulação por espaços não protegidos da cidade. A exposição a situações reais, com atividades externas, mostrou-se eficaz para trabalhar as habilidades sociais. A experiência da Oficina de Fotografia apresentou-se como um importante dispositivo para o desenvolvimento do sentimento de pertencimento e apropriação do território, oportunizando a qualificação no processo de reabilitação psicossocial dos usuários.