Um alerta sobre a recente queda na reação fiscal no Brasil EDUARDO LIMA CAMPOS* RUBENS PENHA CYSNE** RESUMO: Avaliações recentes de como o superávit primário do governo brasileiro reage à evolução da relação dívida/PIB transmitem duas mensagens importantes (e preocupantes): em primeiro lugar, a função de reação fiscal vem diminuindo quase constantemente desde 2012. Em segundo, passou de positiva para negativa a partir de outubro de 2017. Com taxas de juros reais efetivas (sobre a dívida pública líquida) maiores do que as perspectivas de crescimento do PIB, os números negativos para a função de reação fiscal significam uma trajetória não sustentável da dívida. Portanto, ajustes fiscais significativos terão que ser feitos no curto prazo. PALAVRAS-CHAVE: Brasil; dívida pública; reação fiscal; sustentabilidade fiscal; filtro de Kalman.ABSTRACT: Recent evaluations of how the Brazilian government's primary surplus reacts to the evolution of the debt to GDP ratio convey two important (and worrisome) messages: first, the reaction function has been almost steadily decreasing since 2012. Second, it has turned from positive to negative figures as of October 2017. With effective real interest rates (over the net government debt) higher than prospects of GDP growth, negative figures for the fiscal reaction function mean a non-sustainable debt trajectory. Therefore, significant fiscal adjustments are required in the short run.