A megabiodiversidade existente no Brasil pode ser observada em uma variedade de biomas, como a Mata Atlântica, que é considerada um dos biomas mais biodiversos do mundo. Mas essa biodiversidade vem sendo ameaçada por atividades antrópicas que resultam em fragmentação de habitas e degradação ambiental. Técnicas preconizadas pela ciência da restauração ecológica têm sido aplicadas como modo de reverter a degradação ambiental e promover a restauração e preservação da vegetação. Informações florísticas de áreas em processo de sucessão secundária constituem subsídios importantes para a aplicação de técnicas de restauração ativa, baseadas no plantio de mudas. Neste estudo é apresentada a descrição florística de um trecho de vegetação arbustivo-arbórea ciliar com 15 anos de idade que regenerou espontaneamente em área de antiga pastagem (restauração passiva). Foram compiladas informações para cada espécie quanto à síndrome de dispersão (zoocoria, anemocoria e autocoria), categoria sucessional (pioneiras e não-pioneiras) e ameaça de extinção. Foram amostrados 856 indivíduos, e identificadas 60 espécies nativas e quatro espécies exóticas distribuídas em 31 famílias. As famílias mais abundantes foram Myrtaceae, Euphorbiaceae e Fabaceae, com 431 indivíduos, 175 indivíduos e 60 indivíduos, respectivamente. As famílias mais ricas foram Myrtaceae e Fabaceae, com 11 e sete espécies, respectivamente. A síndrome de dispersão zoocórica foi a mais frequente, com 38 espécies e 547 indivíduos. A categoria sucessional não-pioneira predominou com 32 espécies e 532 indivíduos. Não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção na área. As informações disponibilizadas neste estudo poderão subsidiar projetos de restauração ativa de matas ciliares na região.