Resumo: O uso do ácido nitroso para determinação de paracetamol (acetoaminofenol) em formulações sólidas e líquidas empregando um sistema de análise por injeção em fluxo é descrito. A determinação da droga foi realizada pela reação do paracetamol com ácido nitroso gerado em linha e o produto dessa reação foi monitorado em 430 nm em meio alcalino. A curva analítica apresentou uma faixa de concentração de paracetamol variando entre 9,7x10 -5 a 6,2x10 -3 mol L -1 com um limite de detecção de 2,5x10 -5 mol L -1. Os desvios padrão relativos foram menores que 2% para soluções contendo 1,2x10-4 e 2,8x10 -4 mol L -1 de paracetamol (n=10) e uma freqüência de amostragem de 60 determinações por hora foram obtidos. Os resultados da determinação de paracetamol nas formulações farmacêuticas obtidas pelo procedimento em fluxo proposto estão em boa concordância com os resultados obtidos utilizando-se o procedimento da Farmacopéia Americana a um nível de confiança de 95% e dentro de uma faixa aceitável de erro.Palavras-chave: análise em fluxo, paracetamol, formulações farmacêuticas.
IntroduçãoParacetamol (acetoaminofenol) é um analgé-sico antipirético derivado da fenacetina, que pode ser administrado associado com outras substâncias, como cafeína [1]. É o analgésico mais vendido no país [2]. Seu uso inadequado pode causar lesões nas células hepáticas, sendo evitado seu uso em casos de dengue, principalmente na forma hemorrágica [3] Uma particularidade dos sistemas de análi-ses de injeção em fluxo (FIA) que contribuiu para sua propagação como técnica analítica é a repetibilidade das operações envolvidas no sistema, como injeção, propulsão das soluções e a regulação tempo dessas operações. Com isso, sistemas de análises por injeção em fluxo permitem que sejam realizadas análises químicas, sem que a reação química tenha se completado, o que é primordial para metodologias utilizadas em bateladas. Considerando-se essas características dos sistemas em fluxo, pode-se empregar reagentes instáveis em diversas determinações analíticas como boa precisão e exatidão, uma vez que a velocidade de decomposição do reagente pode ser controlada. O tempo de residência de um reagente no sistema de análise por injeção em fluxo é da ordem de 1 minuto, assim, o tempo de vida em que um reagente necessita ser estável não deve ser muito superior a este tempo [4,5].Sistemas de análise por injeção em fluxo possibilitam a geração desses reagentes partindose de uma solução com maior estabilidade. No emprego de fortes agentes oxidantes, como Ag(II) e redutores, como U(III), que dificilmente são aplicados em metodologias volumétricas, pode-se partir de soluções de nitrato de prata e acetato de urânio(IV), que são convertidos pela reação com uma substância química (reagentes de Jones, para o agente redutor) ou pela reação eletroquímica (eletrodo de ouro mantido a +2 V vs ECS), para o agente oxidante [5].