A Linguística Aplicada (LA) no Brasil vem conquistando espaço e suas inúmeras ramificações demonstram que há uma série de possibilidades que se vislumbram em novos caminhos e novas práticas educativas, pois a LA está presente em todo processo de ensino e aprendizagem, inclusive no meio acadêmico. Assim, de acordo com o contexto educacional, social, político, cultural e identitário da comunidade surda que reivindica o ensino da Língua Portuguesa (LP) como segunda língua na modalidade escrita em todos os níveis educacionais, este estudo que se caracteriza como bibliográfico, tem relevância na medida em que proporciona uma abordagem com perspectivas inovadoras e transgressoras no que se refere ao ensino da LP como segunda língua. Diante desse contexto, o presente artigo tem como objetivo realizar uma reflexão acerca da prática de ensino da LP como segunda língua para surdos sob o viés de abordagem da LA. Para isso trilhamos inicialmente um caminho de reflexão sobre as concepções da LA, perpassando pela perspectiva de interculturalidade e considerando seu caráter transdisciplinar, tecemos uma breve discussão sobre a aplicabilidade da LA ao ensino de Português para pessoas surdas e abordamos algumas reflexões sobre a peculiaridade da produção escrita dos surdos. Para sua fundamentação, o presente estudo apoia-se em Moita Lopes (2009), (2016); Hooks (2013), Walsh (2009) e Brochado (2003). Com a análise aqui apresentada verifica-se a necessidade de mudanças na prática de ensino de LP para pessoas surdas.