“…Ao escrever, o autor deste texto recorda-se parcialmente de uma questão posta no centro do debate, inclusive tratado com o clássico "A Reprodução", de Bourdieu e Paseron (2013), provocando--nos a re(sucitar) questionamentos já explorados, mas não encerrados: a escola é, de fato, um mecanismo de transformação social ou de reprodução das estruturas e das formas de socialização excludentes e desiguais que vivemos? Embora essa discussão pareça ultrapassada, em tempos de reformas educacionais, de redefinição do papel do Estado (PERO-NI; CAETANO, 2015), das instituições e de participação intensa de novos agentes no campo educacional (TISATTO; BENTO, 2021a;2021b;MICHETI, 2018;2019;2020), convém retomar tal discussão de modo a provocar a reflexão, senão desconstruir teorias fantasiosas, que pensam a escola como uma ilha, como a redenção e salvação das problemáticas que afetam a sociedade, ou como uma possi-bilidade de, no mínimo, desorganizar a fim de propor novos modelos de sociabilidade. O fato é que, nesse debate, com frequência, cai-se nos dualismos: ou isto ou aquilo; A é antagônico a B; e, por vezes, (nos) encontramos/identificamos radicais que não suportam a possibilidade da transformação e da convivência/tolerância com as novas formas de pensar, ler e agir no mundo em que se vive.…”