Abordagens Conceituais Contemporâneas na Geomorfologia Fluvial

Abstract

A geomorfologia fluvial contemporânea se depara com questões desafiadoras, sobretudo, porque passa pela compreensão do período Holoceno Tardio/Antropoceno, que tem reflexos hoje e são intrinsecamente importantes para apreensão do impacto humano nos rios. Em razão das escalas em que operam as variáveis físicas em sistemas fluviais complexos, dois caminhos conceituais desenvolveram-se para analisar sua organização espacial e temporal. A visão de rede enfatizando controles na escala do sistema e a visão de trechos focando na descontinuidade e nos controles locais. A geomorfologia fluvial tem buscado compreender a organização dos sistemas fluviais complexos a partir da leitura integrada do paradigma da continuidade e descontinuidade. A visão integrada tem estimulado, no âmbito da geomorfologia, o surgimento de novos instrumentos teórico-metodológicos. Destaca-se a importância da integração das visões de rede e trechos na análise da organização de sistemas fluviais. O manejo dos rios e a gestão de bacias são processos contínuos que se referem tanto a um movimento sociocultural e modo de vida como um exercício técnico e científico.

METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE HIDROAMBIENTAL PARA PROJETOS DE INTERVENÇÕES EM RIOS PERENES (MASRios): CONCEITO E ESTRUTURAÇÃO DO INSTRUMENTO

“…Sua estrutura possui a análise da organização dos sistemas fl uviais baseada na abordagem da Dinâmica hierárquica de trechos desenvolvida por Frissel et al (1986), que é composta pela integração das perspectivas de análise de trecho (descontinuidade/heterogeneidade) e de rede fl uvial (continuidade e relações factuais), considerando eventos ou processos que controlam o habitat do curso d'água em diferentes escalas espaço-temporais no intervalo de 1:1.000 a 1:10 -1 . Segundo Marçal & Lima (2016), em sistemas fl uviais, a complexidade dos processos geomorfológicos, hidrológicos e bióticos operando sobre múltiplas escalas espaciais e temporais, produzem heterogeneidade espacial. Todavia, de acordo com Frissel et al (1986), a referida abordagem indicada para análise de rios de 1ª e 2ª ordem, está baseada na perspectiva de escalas espaciais que permitem uma sistemática interpretação e descrição dos relacionamentos do curso d'água com a bacia hidrográfi ca.…”