Academia da Saúde, Academia da Cidade e Academia ao Ar Livre nas agendas política e governamental dos estados brasileiros

Abstract

A pesquisa teve como objetivo analisar a atenção dada aos programas Academia da Saúde, Academia da Cidade e Academia ao Ar Livre nas agendas política e governamental das unidades federativas brasileiras. Trata-se de uma pesquisa documental de caráter exploratório. Para organização dos dados, elencou-se três categorias analíticas: o quantitativo de pautas por partido político; a distribuição geográfica das pautas por unidade federativa e região; as prioridades elencadas pelos partidos políticos em relação aos programas abordados. O Partido dos Trabalhadores (PT) do Ceará destacou-se pelo quantitativo de pautas correlatas ao tema investigado. Por outro lado, o Partido Social Cristão (PSC) do Rio de Janeiro propôs o maior número de construção de Academias ao Ar Livre. A maioria das pautas concentraram-se na região Nordeste e foram voltadas, prioritariamente, à oferta de espaços e equipamentos para prática regular de atividade física. Por fim, pode-se concluir que a atenção dada aos programas supracitados nas agendas analisadas se apresenta de maneira embrionária.

Perfil dos frequentadores e padrão de utilização das academias ao ar livre: revisão de escopo

“…Observando-se a maior frequência de mulheres e pessoas acima de 40 anos, as AAL podem ser entendidas como uma estratégia potencial para o acesso à AF neste grupo, visto que o corpo de evidências sugere a gradual redução da prática de AF com a idade, sobretudo entre as mulheres 29 . Por outro lado, mesmo que as tendências temporais sugiram o aumento dos níveis de AF suficiente no tempo de lazer em mulheres nos últimos anos 8 , ainda são percebidas diferenças em relação aos níveis de AF verificados em homens 8,10 . Mesmo que as AAL não necessariamente se configurem como uma estratégia específica aos grupos mais vulneráveis, a identificação do seu público frequentador pode apoiar futuras ações concernentes às AAL como uma estratégia para redução das desigualdades sociais e de gênero 30 em relação à prática de AF no país.…”

“…Os dados da síntese também corroboram as evidências prévias que destacam, em adultos e idosos, associações entre maiores níveis de AF 10,37 e escolaridade. Esforços podem ser investidos para que pessoas com menor escolaridade tenham maior acesso às AAL, uma vez que estas estruturas, geralmente, oferecem uma linguagem instrutiva simples, por meio de painéis informativos permanentes e ilustrativos que detalham, por exemplo, a forma correta de manusear os aparelhos para realização dos exercícios, os grupamentos musculares trabalhados e sugestões para sequências de exercícios.…”

“…Percebendo a disseminação das AAL no país, enquanto ação que visa a equidade de acesso à AF e melhoria dos indicadores de saúde, um dos passos iniciais de sua avaliação se dá pelo reconhecimento dos seus frequentadores, assim como do padrão de sua forma de utilização, entendendo-se que tal evidência pode contribuir com o processo de promoção da AF nestes espaços. Des-sa forma e, também em vista do seu debate no âmbito das políticas públicas 10 , buscou-se, por meio da presente pesquisa, levantar e sumarizar os dados de pesquisas que investigaram o perfil dos frequentadores das AAL no Brasil, assim como o padrão de utilização destes espaços.…”