Os repositórios digitais surgiram como resposta à industrialização da comunicação científica, que dificulta o progresso científico devido ao caro acesso à literatura científica e à lentidão para publicar novos trabalhos. Impulsionados pelos movimentos de acesso livre, o número de repositórios digitais cresceu significativamente nos últimos anos. No entanto, sabe-se pouco sobre o uso dos repositórios, principalmente no Brasil. Este artigo apresenta um retrato do uso deles como fonte de informação pelos membros das universidades federais brasileiras. Uma pesquisa quantitativa e qualitativa foi realizada através da aplicação de questionário em 564 pessoas de 52 universidades federais brasileiras e 488 da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Pelo conhecimento dos autores, este é o primeiro estudo com uma quantidade significativa de participantes (1.052), cujas respostas passaram por um rigoroso controle de qualidade, e o primeiro a considerar os graduandos. Descobriu-se dois perfis de usuários: graduação e pós-graduação, incluindo pesquisadores e professores. Os resultados experimentais revelam que 52,0% e 86,9% da graduação e da pós-graduação, respectivamente, usam os repositórios para algum propósito e 39,3% e 78,8%, respectivamente, os usam como forma de busca por conhecimento acadêmico. Os repositórios institucionais e de teses e dissertações são usados por 28,6% e 30,2% da graduação, respectivamente, e por 69,3% e 73,7% da pós-graduação. Descobriu-se que a área de Ciências Sociais Aplicadas (73,4%) e a região Sul do Brasil são as que possuem mais membros que usam repositórios. O estudo de caso da UFPE revela que o uso pelos graduandos (24,1%) e da pós-graduação (63,5%) é inferior à média nacional.