Pacientes com insuficiência cardíaca, a via final das doenças cardiovasculares e a primeira causa de internação em idosos no Brasil, apresentam deterioração do tecido muscular esquelético. Além disso, as lesões na musculatura têm relação direta com a qualidade de vida e a autonomia dos pacientes, por meio do nível de tolerância aos esforços físicos, além de constituírem um preditor independente de mortalidade na síndrome. Ao longo da presente revisão de literatura serão discutidos em relação à insuficiência cardíaca: seu conceito e um breve histórico; a importância da musculatura esquelética; as anormalidades funcionais, estruturais, bioquímicos e moleculares que acometem esse tecido; as potenciais causas dessas alterações (hiperatividade simpática, redução na ingestão alimentar, espécies reativas de oxigênio, citocinas pró-inflamatórias e diminuição do nível de atividade física e do fluxo sanguíneo); e os efeitos da principal terapia direcionada para combater essa disfunção, o treinamento físico aeróbio de intensidade moderada. Reconhecida a importância do tecido muscular esquelético na síndrome, essa é uma área da investigação científica com muitos temas ainda não estudados, como o efeito de terapias farmacológicas utilizadas pelos pacientes, de exercícios físicos aeróbios de maior intensidade e intervalados, de exercícios físicos de força, de intervenções nutricionais e de terapias celulares e gênicas. No futuro, os resultados desses estudos que serão desenvolvidos certamente contribuirão para uma menor degeneração da musculatura esquelética na doença, o que, consequentemente, vai melhorar a ualidade de vida, a autonomia e o prognóstico dos pacientes.