RESUMO.O presente trabalho teve o objetivo de analisar os efeitos do enxofre e da chuva ácida simulada sobre a estrutura foliar do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L), nos aspectos morfoanatômicos, teores de clorofila a, b, total e feofitina. As plantas-controle sofreram simulações de chuva com pH 6,0 e as plantas-teste sofreram simulação de chuva ácida com pH 3,0. As concentrações de clorofila a, b e total diminuíram no estádio de floração (R 6 ). Já, no estádio R 7 , onde surgem as primeiras vagens, os teores aumentaram, indicando possível resistência e/ou adaptação dos espécimes às simulações ácidas. O tratamento ácido afetou a concentração de clorofila que foi degradada por processos oxidativos sem a sua conversão em feofitina. Também se observou diminuição na frequência de tricomas tectores e glandulares, assim como de estômatos. As injúrias visualizadas foram classificadas como de caráter leve, provavelmente pela existência de anexos epidérmicos para proteção foliar e peciolar.
Palavras-chave:Phaseolus vulgaris, chuva ácida, enxofre, clorofila, anexos epidérmicos.ABSTRACT. Sulfur effect by simulated acid rain on morphophysiological parameters of the bean plant. The goal of this work was to evaluate the effects of sulfur and simulated acid rain on the leaf of Phaseolus vulgaris. Acid rain (pH 3.0) and an aqueous solution (Ph 6.0) were performed on test and control plants, respectively. A decrease in chlorophyll a, chlorophyll b and total chlorophyll concentrations was observed in the flowering stage (R 6 ). However, increased rates were determined in the maturation stage (R 7 ), which can suggest a resistance and/or adjustment of the plants to the acid simulation conditions. The acid treatment achieved chlorophyll degradation by oxidative processes without conversion to pheophytin. A reduction was also seen in the number of glandular and non-glandular trichomes and stomata on the test plants. Moreover, only small injuries were verified on the blade and peciolar areas of the tested individuals of P. vulgaris, probably due to the presence of the reported epidermal structures.Key words: Phaseolus vulgaris, acid rain, sulfur, chlorophyll, epidermal annexes.
IntroduçãoA composição química da água da chuva é uma combinação da composição química das gotículas que formam as nuvens e das substâncias que se incorporam às gotas de chuva durante a precipitação. Sendo assim, a água da chuva, de certa forma, retrata as características da massa de ar, no que diz respeito ao conteúdo de partículas e gases solúveis em água, pela qual atravessam as gotas de chuva durante a precipitação. Evidência disso é a variação da composição química da água da chuva em relação ao tempo, que se observa no decorrer de um evento de precipitação. Outra evidência é a reação inversa que há entre o total de íons dissolvidos e a quantidade de chuva precipitada, sugerindo que a maior parte dos íons presentes na água da chuva se incorpora a ela durante a precipitação, processo conhecido como remoção abaixo da nuvem (below-cloud removal) (SOUZA et al....