A concepção adequada das variáveis do treinamento resistido é um fator chave para atingir o potencial máximo das adaptações neuromusculares. Entre essas variáveis, a opção de realizar treinamento resistidopara falha (TRF) pode levar a diferentes magnitudes da fadiga aguda comparado ao treinamento resistidonão realizado para falha (TRNF).A resposta da fadiga pode interferir nas adaptaçõesagudas, por sua vez regulando as adaptações a crônicas. Considerando que o grau de fadiga afeta as adaptações, é importante determinar como a fadiga é afetada pelo TRF.O objetivo desta revisão sistemática e meta-análise foi comparar o TRFcom o TRNF sobre a fadiga agudaem homens adultos. A busca nas bases de dadosfoi conduzida em janeiro de 2021,em sete bases de dados. Foram selecionados somente estudos com delineamento cruzado que investigaram as propriedades biomecânicas (altura do salto vertical, velocidade de movimento, potência de saída e força isométrica), resposta metabólica (lactatoe amônia),dano muscular (creatina quinase)e a percepção subjetiva de esforço (PSE).Os dados (média ± desvio padrão) foram extraídos dosestudos incluídos e convertidos em diferença média padronizada (SMD),ou mantidos emdiferença média bruta (RMD) quando os estudos reportavamos resultados na mesma escala. Vinte estudos foram incluídos na revisão sistemática e 13na meta-análise. As principais meta-análises indicaram uma maior diminuição das propriedades biomecânicas para o TRFem comparação com TRNF(SMD = -0,96 [95% IC-1,43; -0,49]; p< 0,001).Além disso, houve um maior aumento na resposta metabólica (RMD = 5,54 mmol·L-1[95% IC4,16; 6,92]; p< 0,001), dano muscular (SMD = 0,75 [95% IC0,35; 1,14]; p< 0,001) e percepção subjetiva do esforço(PSE; SMD = 2,47 [95% IC1,25; 3,68]; p< 0,001) para o TRF em comparação com TRNF. Análises exploratórias de subgrupos mostraram que o statusde treinamento(p= 0,92), tempo da análise(p= 0,89)e carga (p= 0,08) não afetaramas propriedades biomecânicas. No entanto, ocorreu maior perda no teste de velocidade de movimento dosmembros superiores em comparação com os membros inferiores (p< 0,001). A concentração de amônia sanguíneafoi maior noTRF do que no TRNF (RMD = 42,17 μmol·L-1[95% IC34,67; 49,67]; p< 0,001) e somente48h após a sessão de treinamento resistidoos níveis decreatina quinase sanguínea forammaioresapós TRF do quenoTRNF (SMD = 0,86 [95% IC0,40; 1,31]; p< 0,001). Portanto, conclui-se que o TRF leva a uma maior fadiga aguda em comparação com o TRNF. Esta fadigaapós o TRFpode também ter um impacto 9importante nos processos adaptativos a longo prazo. Além disso, umamaior fadiga pode prolongar o tempo necessário para a recuperação do que deve ser considerado quando o TRFé utilizado.O protocolooriginalda revisão sistemáticafoiprospectivamenteregistrado(CRD42020192336) noInternational Prospective Register of Systematic Review(PROSPERO).