Os rios são sistemas aquáticos integrados que estão sujeitos a ações abióticas e bióticas. Quando um rio sofre alterações, isso acarreta mudança no fluxo natural de nutrientes e sedimentos. Somado a isso, a utilização de organofosforados em monocultivos próximos a córregos e rios, pode culminar na sua contaminação. Alterações físicas no leito do rio, somado a contaminação através de substâncias com potencial mutagênico, podem gerar efeitos deletérios e acumulativos em organismos de ecossistemas aquáticos. Portanto, o estudo de monitoramento de ecossistemas aquáticos se faz necessário e pertinente. Diante o exposto o presente trabalho objetivou avaliar os possíveis efeitos ecotoxicológicos, em Astyanax bifasciatus. Espécie endêmica de peixe da região Sul do Brasil. Os peixes foram coletados em pontos com diferentes graus de atividade antrópica na bacia do médio Iguaçu-SC. Foi utilizada a metodologia de análise de alterações nucleares (micronúcleo), e atividade da enzima acetilcolinesterase (AChE). Os resultados de nosso trabalho apontaram que nos três pontos de amostragem, os peixes exibiram anomalias micronucleares. Os testes de atividade da enzima acetilcolinesterase apontaram diferenças de sua atividade quando comparada entre os grupos coletados em diferentes pontos, Rio Timbó-SC e Rio Pintado-SC. Nossos resultados reforçam a hipótese que sistemas hídricos que recebem efluentes urbanos não tratados, combinados com possíveis agentes xenobiontes oriundos de monocultivos próximos e alterações ambientais, podem acarretar alterações celulares em nível nuclear/enzimático. Portanto, o monitoramento constante dos ecossistemas aquáticos, se faz cada vez mais pertinente, frente aos desafios contemporâneos em manter o equilíbrio entre a atividade antrópica e a preservação dos recursos naturais.
Palavras-chave: Astyanax bifasciatus; micronúcleo; acetilcolinesterase; alterações.