A necessidade de comprovação de que as intervenções psicológicos para crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual de fato, auxiliam os mesmos na redução de sintomas psicopatológicos e aumentam o bem-estar geral, incluindo os de risco ao suicídio, tem desafiado estudos que visam avaliar cientificamente modelos de intervenções. Em Manaus (AM-Brasil), desde 2015, o Serviço de Atendimento Psicológico da Arquidiocese de Manaus (SAPFAM), atualmente com o apoio da Cáritas (Projeto Içá Ação e Proteção) e da instituição italiana Aleimar-Onlus, vem realizando atendimento de intervenção psicológica para meninas e meninos que foram abusados sexualmente. Essa pesquisa têm por Objetivo apresentar descritivamente a experiência de um serviço psicológico comunitário voltado para crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual, procurando identificar nos protocolos dos usuários a presença de ideação suicida, tentativas de suicídio, automutilação e as etapas interventivas do modelo terapêutico. Trata-se de um estudo descritivo, de corte transversal, com coleta retrospectiva e abordagem quanti-qualitativa. De 146 casos de abuso sexual de crianças e adolescentes registrados no SAPFAM (2014-2017), obteve-se uma amostra de 71 protocolos de acompanhamentos de crianças e adolescentes (47,6%), com idade entre oito e quatorze anos (52 meninas e 19 meninos). Em consonância com os resultados clínicos encontrados em artigos especializados que comprovam a efetividade da aplicação dos modelos da Terapia Cogntivo Comportamental, concluímos também que a aplicação dos instrumentos psicológicos nas diferentes etapas da intervenção, conforme objetivos e técnicas empregadas do modelo de grupoterapia pelo SAPFM se mostrou eficaz na avaliação e intervenção psicológica para que crianças e adolescentes não cometessem suicídio, e soubessem lidar, diminuir ou superar os sintomas a ele associado, possibilitando as "Piccole Farfalle" poderem voar. Palavras-chave: abuso sexual; suicídio; intervenção.