RESUMOObjetivo: Descrever uma série de casos de recém-nascidos com hipertensão pulmonar persistente grave, que receberam milrinona para promover a vasodilatação pulmonar.Métodos: Análise retrospectiva de prontuários de 28 pacientes com diagnóstico de hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido (HPPRN). Após o diagnóstico, todos os pacientes receberam uma dose de ataque de 50mcg/kg de milrinona, seguida por 0,75mcg/kg/min. O índice de oxigenação (IO) foi calculado no início da infusão e 72 horas após o início da medicação.Resultados: Todos os neonatos receberam milrinona e o sildenafi l foi associado em 54%. O uso de dopamina assegurou a manutenção da pressão arterial em nível adequado em todos os casos. Sedação contínua, alcalinização e surfactante foram medidas coadjuvantes no tratamento. Durante a internação, sete pacientes (25%) evoluíram a óbito e todos eles apresentaram aumento do IO, com elevação da média de 25 para 38 com a milrinona. Os sobreviventes, com exceção de um neonato, apresentaram redução do IO em uso de milrinona, com queda da média de 19 para 7.Conclusões: O uso da milrinona parece ser uma alternativa para o tratamento da HPPRN, na ausência do óxido nítrico. A redução do IO com a medicação foi fator determinante da boa evolução dos pacientes. O índice de falha no tratamento com a milrinona nesta casuística foi semelhante ao encontrado na literatura para o uso de óxido nítrico.Palavras-chave: síndrome da persistência do padrão de circulação fetal; inibidores de fosfodiesterase; milrinona.
ABSTRACTObjective: To describe a series of neonates with severe persistent pulmonary hypertension, who received milrinone as the main treatment for pulmonary vasodilatation.Methods: Retrospective analysis by chart review of 28 neonates with persistent pulmonary hypertension. A dose of 0.75µg/kg/min of milrinone was given, after a loading dose of 50µg/kg. The oxygenation index (OI) was calculated before and 72 hours after the medication.Results: All infants received milrinone and sildenafi l was associated to milrinone in 54%. The use of dopamine assured normal blood pressure during milrinone treatment in all patients. Continuous sedation, alcalinization and surfactant were additional measures in the treatment. During the hospitalization period, seven (25%) patients died and all of them presented an OI increase after milrinone (the average OI rose from 25 to 38). All but one of the 21 surviving patients presented improvement of the OI with milrinone, with a reduction of the mean index from 19 to 7.Conclusions: Milrinone can be used to treat persistent pulmonary hypertension of the newborn, in the absence of nitric oxide. The reduction of the OI during treatment was associated with clinical improvement. The failure rate for milrinone treatment in this series of cases was similar to that found in the literature regarding nitric oxide.