RESUMOO objetivo deste estudo foi analisar a assistência pré-natal mediante procedimentos clínico-obstétricos oferecidos às gestantes, em municípios de diferentes portes populacionais. Trata-se de uma pesquisa descritiva exploratória, de abordagem quantitativa, realizada em 15 municípios do Paraná. Foram entrevistadas 136 puérperas cujos partos ocorreram em fevereiro de 2011. Também foram coletadas, nos prontuários da Unidade Básica de Saúde, informações relativas ao pré-natal. Os resultados revelaram que os procedimentos mais realizados, em ordem decrescente, foram: verificação da pressão arterial; ausculta dos batimentos cardiofetais; mensuração da altura uterina; avaliação de edema em membros inferiores e verificação da posição fetal. Para todos os procedimentos houve sub-registro em prontuário. Os municípios com até 20.000 habitantes apresentaram maior frequência na realização dos procedimentos. Já, os municípios com mais de 50.000 habitantes apresentaram melhores índices de registros em prontuários. Concluiu-se que procedimentos clínico-obstétricos essenciais não foram realizados e/ou registrados na maior parte das consultas de pré-natal, nos municípios de diferentes portes populacionais.
Palavras-chave:Cuidado pré-natal. Regionalização. Saúde pública. Enfermagem.
INTRODUÇÃOA assistência pré-natal continua prioritária e tem merecido destaque crescente na atenção à saúde materno-infantil, permanecendo como um campo de grande preocupação na história da saúde pública brasileira e mundial. Mesmo havendo quedas, a manutenção de elevadas taxas dos importantes indicadores de saúde, entre os quais os coeficientes de mortalidade materna e perinatal, tem justificado a permanência e o surgimento de novas ações e políticas públicas que focalizam o ciclo gravídico-puerperal (1) . No Brasil, de modo similar a outros países em desenvolvimento econômico e social, como é o caso de Ruanda (2) , Quênia (3) e Índia (4) , observam-se esforços para a ampliação da oferta de atendimento e da qualificação da assistência ao pré-natal. Nesse sentido, em 2011 constatouse que, em nosso país, a cobertura pré-natal atingiu valores próximos a 100% (5) . Entretanto, para além dos números, é preciso considerar a qualidade da assistência ofertada. Estudos internacionais (2,3) e nacionais (6,7) têm demonstrado falhas na assistência pré-natal pública, tais como dificuldades no acesso ao serviço de saúde, início tardio do acompanhamento e número inadequado de consultas, o que compromete a qualidade, finalidade e efetividade do atendimento.Desse modo, a fim de verificar a qualidade da realização do pré-natal nas Unidades Básicas de Saúde é imprescindível avaliar continuamente a maneira com que os profissionais de saúde têm desenvolvido o atendimento à gestante e o registro nos prontuários.Ademais, em decorrência da lacuna na literatura no concernente à avaliação do pré-natal, comparando-se as informações ofertadas pelas usuárias com as registradas nos prontuários, é que se realizou este estudo, que teve por objetivo analisar a assistência pré-na...