INTRODUÇÃO: a obesidade é uma patologia de origem multifatorial que pode estar relacionada a fatores genéticos, sociais, comportamentais e culturais, abrangendo diferentes faixas etárias, incluindo crianças e adolescentes. MÉTODO: trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura realizada a partir das bases de dados PubMed e SciELO. Foram utilizadas as palavras-chave "obesidade", "crianças", "adolescentes" e "doenças cardiovasculares". Adotou-se como critério de inclusão ensaios clínicos, estudos observacionais, metanálises e editoriais dos últimos 17 anos, nos idiomas inglês e português. Excluiu-se os artigos duplicados que estavam nos bancos de dados pesquisados e trabalhos científicos cujo foco central não respondesse à pergunta norteadora do presente trabalho. Além disso, foram eliminados os artigos com metodologia confusa e imprecisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: a American Heart Association, prediz, em seus tratados, a adoção universal de estilos de vidas mais saudáveis e a identificação precoce de fatores de risco cardiovascular em crianças e adolescentes, com ênfase na mudança de estilo de vida para a reversão do quadro clínico instaurado. A compreensão destes pode favorecer a melhoria na qualidade de vida, assim como reduzir as chances de desenvolvimento de enfermidades na infância e na adolescência. Fatores como a alimentação inadequada, sedentarismo, alcoolismo e tabagismo contribuem para o agravamento dessas patologias. Enquanto isso, a prática de atividades físicas colabora para a prevenção, por reduzir os riscos de distúrbios metabólicos. A obesidade na infância é uma enfermidade com capacidade de repercutir na vida adulta, estando fortemente associada ao desenvolvimento de Aterosclerose, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2). Estudos histopatológicos recentes demonstraram que placas ateromatosas presentes em adultos são, na maioria das vezes, formadas durante a infância e adolescência. CONCLUSÃO: torna-se evidente que a criança e o adolescente com um quadro de obesidade em curso são mais suscetíveis às dislipidemias e, consequentemente, ao processo aterogênico. Diante disso, se não alterado com mudança de hábitos e estilo de vida, repercute negativamente sobre o equilíbrio do processo saúde-doença no indivíduo adulto, com o desenvolvimento precoce de doenças como DM2 e HAS.