Introdução: O feminicídio constitui o assassinato de mulheres por razões de gênero, que acarreta consequências sobre a família das vítimas, sobretudo os filhos, com irrestritos danos psicossociais que exigem assistência do Estado para a reconstrução da vida desses sujeitos. Objetivo: Investigar na literatura nacional e internacional os impactos psicossociais do feminicídio sobre os filhos de mulheres vitimadas. Metodologia: Revisão integrativa de literatura, de abordagem qualitativa, do tipo exploratória. A seleção foi realizada em setembro e outubro de 2023, nas bases Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PUBMED, SCOPUS, SciELO, Google Acadêmico, Cochrane, Portal Periódicos CAPES, Redalyc, DOAJ e Index Law Jounals. A análise de dados firmou-se nos aportes da Análise de Conteúdo de Bardin, na modalidade temática. Resultados e Discussão: Foram eleitos 16 artigos e compostas 7 categorias analíticas: enfoque técnico-político; filhos e o feminicídio; danos cognitivos e socioemocionais; luto associado à orfandade por feminicídio; repercussões psicossociais a longo prazo; perspectiva da justiça criminal; cuidado interdisciplinar e intersetorial. Certificou-se que a orfandade por feminicídio acarreta aos filhos: danos devastadores ao desenvolvimento psicossocial; mudanças bruscas e inexoráveis na rotina; fragilização do sistema familiar; desafios na elaboração do luto traumático; prejuízos na formação da identidade. Considerações Finais: Os órfãos do feminicídio requerem leis e políticas públicas que garantam amparo financeiro, mitigação dos danos, assistência, proteção em Rede intersetorial – articulando-se saúde, educação, trabalho, justiça, segurança, atenção psicossocial. Atesta-se o valor de estudos epidemiológicos e longitudinais; qualificação profissional e de gestores; da ênfase nos direitos humanos, interseccionalidade e integralidade.