O objetivo deste artigo é analisar, a partir do contexto jurídico da adoção no Brasil, alguns elementos presentes nas forças em jogo na prática de preparar as famílias que pretendem adotar, dando relevo às atividades de orientação realizadas por psicólogos a esses pretendentes. Na pesquisa de mestrado que embasa este artigo, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com membras de um grupo de apoio à adoção e com profissionais de escolas públicas e particulares em uma cidade do interior paulista. Também houve participações em reuniões de preparação de pretendentes à adoção promovidas por esse grupo de apoio. Ressaltamos, na análise deste trabalho, o perigo de algumas práticas que, mesmo buscando combater estereótipos, podem fortalecê-los, exigindo, em relação às intervenções realizadas enquanto psicólogos, a constante necessidade de revisitar suas estratégias e seus efeitos. Defendemos a direção ética de um trabalho que fortaleça rupturas na concepção de família ideal contida na prática da adoção.