Experiências de apego seguro na infância podem impactar comportamentos de busca de intimidade ao longo da vida, consistindo em um dos fatores de proteção para a qualidade das relações amorosas. Este estudo, baseado na teoria do apego, teve o propósito de examinar vivências de intimidade nas relações de namoro. Realizou-se um estudo de casos múltiplos com entrevistas semiestruturadas, conduzidas com três jovens, duas mulheres e um homem, com idades entre 16 e 23 anos. Os resultados apontam singularidades na vivência da intimidade, com níveis elevados de intimidade associados à troca de apoio social entre os parceiros e sensibilidade às necessidades do outro, e níveis ameaçados de intimidade associados à esquiva da busca de suporte junto ao parceiro e estratégias negativas de resolução de conflitos. Os dados corroboram a teoria do apego, segundo a qual disponibilidade e acessibilidade do parceiro são a via central para se promover proximidade emocional nas relações amorosas. Conclui-se que ações preventivas devem enfocar a receptividade e acessibilidade ao outro, habilidades para busca e oferta de ajuda, habilidades de regulação das emoções em situações de manejo de conflitos e o uso de recursos internos, do parceiro e do contexto para ressignificar legados emocionais parentais que sustentam a esquiva e a ansiedade em relações íntimas. Palavras-chave: apego, violência pelo parceiro íntimo, relacionamento interpessoal, intimidade, qualidade conjugal.