A Planície Costeira do Rio Grande do Sul (PCRS), como outras regiões costeiras do mundo, é um hotspot de geodiversidade. Em toda a sua extensão, existem apenas quatro geossítios inventariados pelo cadastro do Serviço Geológico do Brasil (SGB – CPRM), sendo três deles com interesse arqueológico associado. Assim, com poucos geossítios na PCRS, seria possível inventariar áreas de interesse para estudos de geodiversidade a partir de sítios arqueológicos? Para validar a hipótese, foi realizada uma análise geoespacial no norte da PCRS, a partir de um mapa de Kernel construído com 179 pontos de sítios arqueológicos. Foram identificadas áreas de interesse muito alto no extremo norte da PCRS e na região do Lago Guaíba. As regiões em questão apresentam estudos de geodiversidade e geoconservação, o que permitiu entender que sítios arqueológicos da tradição indígena Guarani podem funcionar como indicadores de áreas de interesse. No entanto, a falta de sítios georreferenciados implicou na diminuição da abrangência das áreas de interesse muito alto e estudos de campo são necessários para averiguar aspectos de geodiversidade dos locais apontados pelo mapa de Kernel.