Introdução: A perspectiva do paciente com fissura labiopalatina (FLP) é importante para avaliar resultados obtidos nos tratamentos, podendo contribuir para melhor qualidade de vida. Objetivos: Através do CLEFT-Q, avaliar a influência do tratamento na qualidade de vida do paciente. Métodos: Estudo transversal observacional, com 100 indivíduos com FLP, os quais responderam o CLEFT-Q. Resultados: A média de idade dos participantes foi 16±4,9 anos. O tipo de FLP mais frequente foi o transforame, com 85%. Os tratamentos realizados foram: queiloplastia, palatoplastia, enxerto ósseo, rinoplastia e tratamento ortodôntico. Os escores CLEFT-Q mais baixos foram nas Escalas de Aparência, relacionados à aparência do nariz e narinas e, os maiores foram nas Escalas de Qualidade de vida, relacionados a aspectos psicológico e escolar. Houve correlação estatisticamente significante entre os tratamentos e pelo menos uma Escala nos domínios Aparência, Qualidade de vida e Função facial, exceto para rinoplastia. O tratamento ortodôntico teve correlação negativa com todos os domínios, com associação estatisticamente significante nas Escalas face, narinas, dentes, lábios, dificuldade da fala, escolar, social e fala, exceto para nariz, psicológico e comer/beber. A escala fala teve correlação estatisticamente significante com palatoplastia, enxerto ósseo e tratamento ortodôntico e, a Escala comer/beber teve com enxerto ósseo. Conclusões: Pacientes com FLP sentem insatisfação com sua aparência facial, especialmente, quanto ao nariz, narinas e dentes. Os tratamentos impactaram na percepção do paciente quanto a aparência, qualidade de vida relacionada à saúde e função facial. A queiloplastia e o enxerto ósseo impactaram positivamente na qualidade de vida do paciente com FLP.