Em um determinado momento durante o mestrado, me deparei fazendo uma retrospectiva do porquê escolhi fazer astronomia. Resolvi então escrever um pouco sobre isso, para que as pessoas que aqui citarei percebam nas entrelinhas o quanto foram importantes durante todo meu trajeto.Minha admiração pela astronomia começou pelas revistas de divulgação científica que meus pais, Lecir e Rubens, e minha tia Wanda me presentearam, tornando-se um desejo ao assistir as aulas de física ministradas com entusiasmo pelo professor Eduardo durante o ensino médio. Quando decidi prestar o vestibular para Astronomia, meus pais, apesar de apreensivos, me deram todo o apoio necessário, emocional e financeiramente. Enquanto minha avó Cenira pedia em suas orações para que eu mudasse de idéia, pois não queria que eu fosse morar na "cidade grande" (risos!). Ela não pôde imaginar o quanto seus ensinamentos me prepararam para isso! O apoio de amigos, como o da Liliana, Natália, Roberta e Victor, foram essenciais. Nesse momento, conheci alguém que foi um porto seguro em todos esses anos que se passaram: Juan Pablo, muito mais que um amigo.Para conhecer um pouco do que eu pretendia seguir, troquei e-mails com um profissional daárea que me esclareceu vários pontos (positivos e negativos) sobre o curso e a profissão.Recentemente descobri que quem fez questão de tirar minhas dúvidasé o professor Roberto Costa, o qual foi professor de uma das minhas máterias no mestrado. Escolhi fazer o curso de Astronomia no OV/UFRJ, embora tivesse a opção de fazer o curso de Física na UFMS e ficar mais perto de casa. Minha vida mudou totalmente, pois aos 17 anos eu saí do interior para correr atrás do que eu denominava "meu sonho". Cada passo que dei foi um desafio, tudo era completamente novo.Com o passar do tempo, percebi que os cursos de exatas não selecionam os mais "inteligentes", e sim, os que têm mais capacidade de resistir. Acompanhei vários amigos e colegas desistindo daquele "sonho em comum" e me vi desistindo de várias outras coisas para seguir em frente. Todos passam por isso um dia (ou vários!). Os amigos Ihani, João Antônio, Loloano, Luana, Lygia e Victor me ajudaram tanto nesses momentos de dúvida quanto nos feriados longos e nas férias em que eu não podia viajar para rever minha família, nos finais de semana e noites viradas estudando, e nos momentos de descontração: assistindo jogo de futebol, desabafando em algum boteco ou simplesmente conversando.Além disso, meus irmãos, mesmo distantes, foram importantes. O Diego por se tornar cada vez mais um amigo, e o Matheus pelas incessantes perguntas sobre tudo, achando que eu sabia a resposta para todos os porquês, e pela sua ingenuidade em dizer que minhas explicações sempre estavam erradas por mais que fossem comprovadas fisicamente! Desde o primeiro semestre, percebi que aárea que mais me encantava era Astrofísica Estelar. Meu primeiro passo nessa direção foi a iniciação científica com o professor Gustavo Porto de Mello, que foi umótimo orientador, professor e amigo, sempre alegre, disposto e apaixon...