A sustentabilidade é uma questão que vem sendo tratada há muito tempo, entretanto, nas últimas décadas, as principais questões ambientais tornaram-se o foco de inúmeras discussões internacionais, dado o enorme impacto do modo de vida humano na natureza, particularmente devido às dimensões econômicas e sociais. Atualmente, no Brasil, as mudanças no uso da terra são o grande gargalo para as questões ambientais. No ano de 2020, a divisão desses usos no país era a seguinte: a agropecuária tinha 30,9% de todo o Brasil, sendo essa porcentagem, por sua vez, dividida em: agricultura (21%), mosaico (17%), silvicultura (3%) e pastagem (59%). A área urbana ocupa 0,7%; corpo d’água, 2,2 %; formação natural, 6,6 %, sendo essa subdividida entre formação campestre, com 84%, e outros, com 16%. As florestas ocupavam 59,6 % da área e, desse percentual, a formação florestal correspondia a 78%; a formação savânica, a 22%, e outros, a <1% (MapBiomas, 2020). Visto isso, esta pesquisa tem como objetivo realizar o zoneamento ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Paraibuna (BHRP) para fins agrícolas de forma sustentável. A metodologia usada partiu da criação de uma base cartográfica com o uso de geotecnologias para subsídio ao zoneamento. Inicialmente, geraramse cartas-base para o mapa de fragilidade: pedologia, declividade e uso e ocupação da terra; na segunda etapa, confeccionaram-se mapas das Áreas de Preservação Permanente (APP) e Áreas de Uso Restrito (AUR). Finalmente, foram estabelecidas a Zona de Restrições Legais, Zona Produtiva Rural, Zona Urbana e Zona de Incongruência visando criar um mapa síntese para zoneamento ambiental para fins agrícolas. Como resultado, foi estabelecida uma espacialização concreta do mapa de uso e ocupação da terra, para que se possa entender as mudanças do uso atualmente; o mapa de fragilidade indicou os locais com maior sensibilidade, principalmente em regiões onde o conflito com as APP existem, orientando para a recuperação dessas áreas. O mapa-síntese das zonas indicou áreas onde a expansão agrícola pode ter um avanço sustentável, além das AUR, como regiões onde o avanço agrícola pode ser explorado com manejos conservacionistas.