O tratamento odontológico não está isento de riscos. Acidentes e complicações podem estar associados aos vários tipos de procedimentos realizados pelo cirurgião dentista. Dentre as especialidades, a cirurgia bucomaxilofacial é aquela em que o profissional está mais exposto a encontrar complicações. As agulhas anestésicas conduzem a solução anestésica do tubete aos tecidos, levando à interrupção temporária na condução dos impulsos dolorosos. Nas primeiras décadas do século 20, eram utilizadas, para anestesia local, agulhas rígidas e não descartáveis, o que proporcionava uma incidência muito grande de fraturas de agulha durante bloqueios anestésicos. Com a evolução tecnológica, foram desenvolvidas as agulhas descartáveis, fabricadas com aço inoxidável flexível, permitindo, assim, que esse tipo de complicação se tornasse rara. Atualmente, as razões para esse acidente são variadas e podem estar associadas a falhas na fabricação da agulha, a movimentação súbita do paciente durante a punção, ou a erros de técnica profissional, como a inserção de toda a haste da agulha no tecido-alvo, dobra da haste da agulha ou a sua reutilização excessiva, o que provoca a fadiga do metal. Este artigo se propõe a apresentar um relato de caso de fratura de agulha anestésica tratado no serviço de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial do Hospital Santo Antônio das Obras Sociais Irmã Dulce.