Alguns autores apontam que o uso de jogos em trabalhos no Ensino de Ciências no Brasil tem sido feito com certo espontaneísmo, o que se reflete na fragilidade dos referenciais teóricos da maioria dessas publicações. Nessa direção, este artigo tem por objetivo responder à seguinte pergunta: como estão sendo produzidos conhecimentos sobre jogos no Ensino de Ciências? Foram usados como corpus de análise os artigos sobre jogos presentes nas revistas brasileiras dos Qualis A1 e A2 de 2016 da área de Ensino de Ciências. O trabalho consistiu em uma revisão de literatura, de caráter qualitativo. Foram considerados os seguintes aspectos para a análise dos artigos: ano de publicação; revista em que o artigo foi publicado; tipo de artigo; referenciais utilizados na fundamentação teórica dos artigos; contribuições dos artigos de revisão de literatura. Foi possível identificar no corpus de 75 artigos a mesma quantidade de trabalhos de Pesquisa empírica e de Propostas didáticas (com ou sem aplicação em sala de aula ou outros espaços), com baixíssimo número de Pesquisas teóricas. A maior parte dos artigos do corpus utiliza citações a múltiplos autores como forma de fundamentar seus trabalhos, porém sem associá-las ou articulá-las, nem entre si e nem com o artigo como um todo. Apontamos para a necessidade de que os jogos no Ensino de Ciências sejam compreendidos e trabalhados, do ponto de vista da pesquisa, com critérios de delimitação conceitual, teórica e metodológica claros e com fundamentação na literatura existente, de modo análogo às outras temáticas de investigação da área.