Espécies do gênero Staphylococcus estão entre os principais agentes causadores de infecções de origem nosocomial, e é especialmente preocupante o aumento de cepas multidrogarresistentes que circulam no ambiente hospitalar, colonizando e infectando pacientes e profissionais de saúde. Infecções secundárias são um agravo importante na COVID-19. O objetivo desse trabalho é analisar através da literatura científica atual o impacto da infecção concomitante por espécies do gênero Staphylococcus em pacientes com COVID-19. A análise da literatura científica atual permite inferir que há uma grande heterogeneidade quanto à incidência dessa coinfecção/superinfecção/colonização. Também foi verificada heterogeneidade em relação aos níveis de resistência a antibióticos das cepas isoladas e tendências divergentes quanto à incidência temporal desse patógeno bacteriano nas infecções secundárias à COVID-19. Essas diferenças provavelmente refletem padrões locais, como os perfis de resistência e infecções secundárias anteriores à pandemia, assim como os níveis de controle de infecções hospitalares de cada unidade de saúde. Fatores como o tempo de internação, o uso de ventilação mecânica e a aquisição de cepas de Staphylococcus spp. de origem hospitalar influenciam diretamente nas taxas de infecção secundária e o prognóstico em pacientes com a COVID-19. Mesmo considerando a heterogeneidade dos resultados, as taxas de mortalidade podem ser consideradas altas em pacientes que apresentam infecção concorrente por Staphylococcus spp. na forma grave da virose causada pelo SARS-CoV-2, com taxas que podem ser superiores a 90%.