O comportamento social de cães pode ser definido como um conjunto de comportamentos realizados durante interações interespecíficas. Este comportamento pode ser dividido em quatro períodos: neonato, o período de transição; socialização e juvenil. O presente trabalho possui o objetivo de analisar a interação social dos cães afetados pela Distrofia Muscular com outros cães não afetados e verificar se há ou não diferença na interação social. O estudo foi dividido em dois experimentos. No primeiro foi analisado um cão macho de 9 anos afetado pela distrofia muscular, e quatro cadelas portadoras do gene da distrofia, porém não afetadas pela distrofia, de idades entre 6 e 7 anos. No segundo foram selecionados 8 filhotes, sendo eles 3 fêmeas não afetadas e 3 machos, onde 2 eram afetados pela distrofia muscular e 1 não, nascidos do cruzamento de uma fêmea portadora e um macho normal. O comportamento dos cães foi filmado e analisado, em três categorias: comportamento de matilha; interação social entre cães e ocupação de território. Os resultados do primeiro experimento foram descritos e comparados entre si. Os do segundo experimento foram analisados com o teste estatístico Mann-Whitney para fatores independentes. Os resultados obtidos, no primeiro experimento indicam que houve diferença entre o comportamento do macho afetado e das demais fêmeas não afetadas. Os resultados obtidos pelo experimento 2 indicam que o surgimento dessa diferença coincide com o aparecimento dos primeiros sintomas da doença e se agravam se os animais afetados ficarem separados dos animais não afetados. Baseados nestes resultados podemos concluir que existem diferenças entre cães afetados pela distrofia muscular e que essa diferença está relacionada com a própria distrofia muscular.