RESUMOIntrodução: O ensino da Psicologia no currículo do curso de Medicina tem sido alvo de inúmeras reflexões que se debruçam sobre a importância destes conhecimentos, a um nível geral, para os médicos. Métodos: Procedeu-se a uma revisão não sistemática de literatura relevante, particularmente da última década e de recomendações nacionais e internacionais que se debruçam sobre a necessidade de integração das ciências sociais e do comportamento na formação médica.Resultados: A literatura suporta a existência de pré-conceitos e atitudes negativas face ao papel da Psicologia na formação médica, demonstrada pela investigação em várias universidades europeias e americanas. O contexto sociocultural, as diferentes metodologias e as barreiras sentidas face a este ensino são enumerados, fornecendo a matriz para uma discussão mais abrangente da formação da identidade do médico. Conclusão: Revisitando a experiência de muitos anos de ensino na Psicologia Médica, considera-se que o processo de integração desta área curricular deve ocorrer de forma transversal e vertical, ao longo de todo o curso, salientando-se a necessidade da formação pedagógica dos docentes. Procura-se, assim, elaborar conceitos que decorrem de uma reflexão pessoal e que se pretende ajustada à realidade do nosso ensino e aos princípios básicos que o norteiam, de forma a integrar o ensino da Psicologia no curso de Medicina, acentuando a sua importância e utilidade no desempenho de futuros médicos. Palavras-chave: Ensino Médico; Psicologia; Pedagogia; Formação Médica; Identidade Profissional.
ABSTRACT Introduction:Teaching Psychology in medical curriculum has been the subject of numerous dissertations that focus on the relevance of this knowledge for doctors, at a general level. Methods: A non-systematic review of the relevant literature, particularly from the last decade, as well as national and international recommendations addressing the need for integration of behavioural and social sciences in medical training, was performed.
Results:The literature supports the existence of preconceptions and negative attitudes towards the role of psychology in medical education, demonstrated by research in various european and american universities. The socio-cultural context, the different methodologies and barriers experienced by teachers in medical education are listed and provide the matrix for a more comprehensive discussion of the development of the doctor's identity.
Conclusion:Revisiting the experience of many years of teaching Medical Psychology, it is considered that the process of integration of this curricular area should occur horizontally and vertically throughout the course, stressing the need for the pedagogical training of teachers. Concepts that arise from personal reflection, adjusted to the reality of our education and the basic principles that guide it, are elaborated in order to integrate the teaching of Psychology in Medicine, emphasizing its importance and utility in the competencies and abilities of future doctors.