ResumoResumo Resumo Resumo Resumo Foram avaliados 84 pacientes leishmanióticos com o objetivo de verificar a prevalência de infecção bacteriana secundária das úlceras cutâneas e de estudar sua relação com a cicatrização das lesões. A infecção secundária foi diagnosticada mediante cultura bacteriana aeróbica de amostra de tecido da lesão. Todos os pacientes receberam tratamento antimonial durante 20 dias e fizeram lavagem da úlcera com água e sabão comum. A casuística foi composta principalmente de adolescentes e de adultos dedicados à lavoura, apresentando lesão única. Em 47,6%, as úlceras estudadas estavam localizadas nas pernas e nos pés. Verificouse infecção secundária em 45/83 (54,2%), sendo mais freqüente nas lesões localizadas abaixo dos joelhos. O Staphylococcus aureus predominou (88,9%). A reepitelização completa das úlceras, avaliada em 79 pacientes um mês após o fim do tratamento, não foi influenciada pela infecção secundária. Palavras-chaves: Palavras-chaves: Palavras-chaves: Palavras-chaves: Palavras-chaves: Leishmaniose tegumentar. Infecção. Bactérias. Staphilococcus aureus.
AbstractAbstract Abstract Abstract Abstract In order to study the prevalence of secondary bacterial infection in ulcerated lesions and its relationship to the healing process, 84 leishmaniotic patients were evaluated. Diagnosis of the secondary infection was made by bacterial aerobic culture of peripheral tissue specimen of the ulcer. All patients received antimonial therapy during 20 days and washed their ulcers with common soap. Cases were composed mainly of adolescent and adult farmer patients with single lesions. The evaluated ulcers were encountered on legs and feet in 47.6%. Secondary bacterial infection was found in 45/83 (54.2%), and was more frequent in lesions located below the knee. Staphylococcus aureus predominated (89%). The ulcers' healing process, evaluated in 79 patients one month after finishing treatment, was not influenced by the secondary bacterial infection. Ainda é desconhecido o papel da infecção bacteriana secundária na evolução da leishmaniose tegumentar. A persistência de inflamação na leishmaniose experimental (medida pela produção de óxido nítrico e de seus derivados) facilitaria a infecção secundária ou, contrariamente, a infecção secundária participaria na geração da inflamação 6 . Por outro lado, há evidência de que o S. aureus e suas exotoxinas, em combinação com IFN-g, são capazes de ativarem macrófagos e produzirem óxido nítrico com efeito leishmanicida 2 . Entretanto, não é fácil diferenciar entre colonização e infecção bacteriana de úlceras cutâneas, pois a infecção tem sido definida pela presença de bactérias invasoras de tecidos 9 . As culturas bacteriológicas de amostras obtidas mediante swab podem não refletir a infecção dos tecidos mais profundos. A cultura do aspirado com agulha tem sensibilidade baixa, enquanto a de tecido biopsiado oferece melhores resultados 19 . Existem poucos relatos sobre a prevalência de bactérias nas úlceras leishmanióticas. No Irã, 35,7% das lesões em 2.202 pac...