Amor, casamento e sexualidade: velhas e novas configurações

Abstract

Neste artigo, a autora revisita a história do amor, do casamento e da sexualidade buscando resgatar o processo de construção e transformação das relações amorosas da antigüidade à modernidade. Sua análise enfatiza as mudanças ocorridas no casamento moderno e as novas configurações que adquire na atualidade.<br>In this article, the author reviews the history of love, marriage and sexuality to discuss the process of development and transformation of love relationships from ancient to modern times. The analysis highlights the changes undergone by modern marriage as well as the new forms it assumes in present times

O amor e o stalkeador: novos recursos para a vigilância nas redes sociais

“…O procedimento metodológico de pesquisa foi a busca no indexador Pepsic da produção científica no campo da Psicologia e áreas afins sobre o referido tema com o recorte temporal de três anos (2010 a 2013), e, ao se utilizarem como palavras-chave os termos "amor e Psicologia" e "amor e internet", foram encontrados 86 artigos. Organizamos esse total em sete grupos: a) amor e feminilidade (Costa, Ferraz & Ribeiro, 2013;Zalcberg, 2012); b) amor e maternidade (Menezes & Dias, 2011;Oliveira, 2007); c) amor e a dinâmica psíquica (Freitas & Rudge, 2011;Arreguy, 2004); d) amor e perda (Levy & Gomes, 2011); e) amor e clínica (Brito & Besset, 2008); f ) amor e educação (Alves, Alencar & Ortega, 2012); g) amor e sociedade (Araujo, 2002). A diversidade de discussões em torno do tema do amor tornou, entretanto, inviável a tarefa de produzir um texto no formato de revisão crítica de literatura sobre a produção científica nas revistas disponíveis no Pepsic.…”

<b>Rosa: as Representações de Gênero na Composição de Pixinguinha</b>

“…De acordo com Cott (1991) nas duas primeiras décadas do século XX os livros de conselhos matrimoniais passaram a difundir a ideia de que o casamento deveria ser prazeroso para ambos os cônjuges, principalmente nas questões ligadas ao sexo. No entendimento de Araújo (2002) o amor individual passou a ser valorizado na cultura burguesa e proporcionou o predomínio da expectativa do amor e da paixão na relação conjugal. Por essas perspectivas os casamentos por conveniência poderiam não atender aos anseios dos envolvidos.…”

A casa de um casal jovem: a constituição dos espaços da casa como campo de símbolos expressivos do processo de construção da conjugalidade

“…O casamento era um ato privado, que tinha como função simplesmente a transmissão da herança e dos títulos e a formação de alianças políticas. Da mesma forma que a paixão não influía nessas decisões, fato já apresentado no capítulo anterior, tampouco os aspectos religiosos faziam parte delas(ARAÚJO, 2002).SegundoVainfas (1986), o processo do casamento começava com uma espéci e de festa de noivado, quando se firmava a promessa da união no ato da desposatio ou pactum conjugale. A cerimônia era realizada na casa da futura esposa e reunia parentes dos noivos e testemunhas.…”

“…Todos testemunhavam a intenção da união carnal e da procriação, sendo que, desta forma, a fecundidade e a fidelidade absoluta da mulher eram parte essencial do casamento. A esterilidade e o adultério feminino eram, portanto, atos graves, que poderiam levar ao repúdio, ao abandono ou mesmo à morte da esposa infértil ou transgressora(ARAÚJO, 2002).Essas regras eram válidas para os filhos mais velhos, que tinham o papel de perpetuar a linhagem, manter a transmissão da herança e exercer o poder. Os filhos mais novos podiam escolher outros caminhos, como os da vida religiosa ou de manter uniões consensuais ou baseadas em desejos carnais.…”

“…Eram, portanto, uniões também formais, mas quase sempre temporárias. A mulher era, neste caso, oferecida muito mais como um empréstimo do que propriamente dada à outra família(ARAÚJO, 2002). Igreja passou a ter poder sobre os ritos do casamento.…”