RESUMOIntrodução e Objetivo: Existem vários tumores ósseos benignos ou malignos que apresentam conteúdo aneurismático. O cisto ósseo aneurismático primário, o secundário e o osteossarcoma telangiectásico são os mais comuns. A confirmação diagnóstica desses tumores por biópsia é controversa e apresenta riscos, por isso os cirurgiões podem optar por operar essas lesões sem a necessidade de biópsia prévia. No entanto, os critérios que norteiam essa conduta não estão bem definidos. O objetivo deste estudo foi desenvolver um algoritmo de decisão clínica para a indicação de biópsia através de uma pontuação baseada nas principais características dessas lesões. Materiais e Métodos: Análise retrospectiva dos tumores com diagnóstico de cisto ósseo aneurismático primário (22 casos), secundário (16 casos) e osteossarcoma telangiectásico (2 casos) no período de 2008-2019. Foi utilizado um protocolo com idade, diagnóstico e características de imagem coletadas nas radiografias,tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas. Através da revisão da literatura e da coleta dos dados do protocolo de pesquisa, critérios como: idade, localização, tipo de destruição óssea, proporção de áreas contendo níveis líquidos, características de agressividade, presença de conteúdo sólido e fratura em osso patológico foram utilizados para uma pontuação de 0-8.
Resultados:O ponto de corte que melhor discriminou a necessidade de biópsia foi 3,5 (sensibilidade de 88,9%, especificidade de 90%, VPP de 88,9% e VPN de 90%).Tumores benignos como cisto ósseo aneurismático primário (10 casos) pontuaram de 2-4, cistos ósseos aneurismáticos secundários (7 casos) pontuaram de 3-7 e osteossarcomas telangiectásicos (2 casos) pontuaram 6.
Conclusão: De acordo com os nossos achados é possível operar alguns tumores com conteúdo aneurismático sem biópsia prévia utilizando o algoritmo de decisão, cujos critérios foram baseados nas características que necessitavam de maior atenção. O algoritmo pontua de 0-8, separa as lesões em menor e maior agressividade, indica os casos que necessitam de biópsia e pode ser usado somente avaliando o exame de ressonância magnética. Os tumores com pontuação ≤ 3 podem ser operados sem biópsia prévia com curetagem e adjuvância. As lesões com outras pontuações devem ser biopsiadas.