Análise comparativa de sustentabilidade na pecuária de corte: Um estudo multicaso

Abstract

Nas propriedades que são utilizadas para o setor agropecuário, incluindo-se a pecuária como uma das principais bases econômicas do país, torna-se necessário possuir controle sobre as atividades, sobretudo no tocante à sustentabilidade produtiva. Nesse sentido, pode-se avaliar a sustentabilidade por meio de algumas metodologias que quantificam e analisam a propriedade em seu conjunto de ações. Neste contexto, o presente trabalho objetivou a avaliação de duas propriedades com produção de bovinos de corte com diferentes níveis de tecnologias associadas à produção, utilizando a ferramenta APOIA-SOCIAL, desenvolvido pela Embrapa, em propriedades de caráter semi-intensivo disponível em Araçatuba/SP e extensivo em Ribas do Rio Pardo/MS. A metodologia aderida para verificar a sustentabilidade em relação as propriedades tem como princípio avaliar um conjunto de indicadores em aspectos econômico, emprego, gestão/administração e saúde. Cada fator tem sua importância no quesito sustentabilidade, trazendo o equilíbrio do sistema de produção. Por meio dos resultados, foi possível identificar que a propriedade 1 (sistema semi-intensivo) possui maior índice geral de sustentabilidade comparativamente à propriedade 2, com superioridade em todos os aspectos sociais, dentre os quais saúde, qualidade do serviço, gestão por parte do empregador e acompanhamento do mesmo e retorno com relação ao investimento e trabalho demandando na propriedade. Conclui-se que além de ser uma importante ferramenta de avaliação de sustentabilidade, nem sempre uma redução de custos, como no sistema extensivo, preconiza um ambiente potencialmente sustentável, sobretudo se o produtor almejar processos de certificação para exploração de novos mercados.

Rastreabilidade Bovina

“…Para comercializar de forma competitiva seus produtos no mercado externo, o Brasil teve de se adequar às exigências do mercado (Espíndola & Cunha, 2022). Ações estruturantes, como a garantia de rastreabilidade do rebanho, tem como objetivo oferecer ao mercado produtos de qualidade e com segurança alimentar (Cotrin, Sabbag & Affonso, 2021). Entende-se como rastreabilidade a possibilidade de traçar o caminho percorrido por um produto em todas as fases de sua cadeia de produção, o que permite verificar se foram adotados os cuidados que garantem a qualidade e segurança desse produto (Manave & Monteiro, 2021).…”

“…A busca pela qualidade da carne bovina levou organismos reguladores e de controle ligados ao governo e ao agronegócio à adoção de tecnologias como o Sistema Brasileiro de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos (SISBOV), que permite rastrear a carne bovina desde a produção até a comercialização (Batistelli et al, 2022;Manave & Monteiro, 2021). O Brasil busca posicionamento competitivo no mercado global de proteína de origem animal, um mercado que é exigente sob vários aspectos, incluindo a garantia de qualidade, segurança e responsabilidade socioambiental dos produtos (Cotrin, Sabbag & Affonso, 2021). Isso leva à substituição da pecuária extensiva de subsistência por tecnologias de produção mais eficientes, capazes de produzir mais proteína em menores espaços com maior garantia de qualidade e menor impacto ambiental (Souza & Ribeiro, 2021).…”