Introdução: Os instrumentos e estratégias de Educação Alimentar e Nutricional de escolas públicas brasileiras devem apoiar pessoas, famílias e comunidades a adotarem práticas alimentares que favoreçam o desenvolvimento da autonomia e do exercício da cidadania. Objetivo: Compreender como escolas e famílias, a partir de suas ações conjuntas, podem favorecer a promoção da alimentação adequada e saudável. Métodos: Pesquisa de natureza qualitativa, na modalidade de estudo de caso, realizada em duas escolas públicas de ensino fundamental, que incluíram no Projeto Político-Pedagógico ações de alimentação e a participação das famílias. Utilizaram-se observação participante, diário de campo, entrevistas semiestruturadas e grupos focais com os membros da comunidade, analisados por triangulação de métodos qualitativos. Para as entrevistas e grupos focais, foram feitas transcrição, categorização e análise temática de conteúdo. Resultados: As categorias temáticas “Interação entre os atores sociais” e “Participação das famílias no espaço escolar” mostraram as possibilidades de ações conjuntas no papel coletivo de educadores. A organização da comunidade em grupos de responsabilidade conferiu sentido à participação social, rompeu com o suposto desinteresse pelas ações de alimentação e viabilizou a atuação nos processos decisórios da escola. Como desafios, têm-se a desconfiança recíproca e a dificuldade de promover reflexão coletiva para solucionar conflitos e disputas. Conclusões: O estabelecimento de parcerias bem-sucedidas entre escola e família coloca crianças e adolescentes no centro do debate, alusiva à função coletiva de todos como educadores, explorando características individuais e coletivas para as ações promotoras da alimentação adequada e saudável.