A contaminação ambiental tem gerado ao longo dos anos impactos negativos e, consequentemente, o risco eminente de intoxicação das populações humanas. A comunidade ribeirinha Vila de Cassiporé, que reside nas proximidades da margem do rio Cassiporé pode estar vulnerável à presença de diferentes tipos de contaminantes depositados no meio ambiente. Investigar traços de contaminantes ambientais (arsênio, cádmio, chumbo, cobre e mercúrio) na água, em peixes e em amostras de tecido humano que impliquem em risco à saúde de moradores das margens do Rio Cassiporé, no Estado do Amapá. Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, no qual foram analisados os laudos técnicos disponibilizados pela instituição coparticipante. As variáveis qualitativas foram caraterizadas por frequências absolutas e relativas e, as quantitativas, as medidas descritivas mínimo, máximo, média e desvio-padrão. O estudo foi submetido e aprovado ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP). A maioria dos moradores da região apresentam faixa etária de 18-35 anos, sexo feminino, baixa escolaridade, pressão arterial classificada como hipertensão arterial estágio 2 e fazem uso da agricultura como atividade profissional. A água para consumo é retirada de poços comum e tratada com hipoclorito de sódio, não há controle do descarte do lixo e realizam as necessidades em privada com fossa. Ao analisar as amostras de água e cabelo identificou-se a presença com nível acima do permitido para mercúrio e, no tecido muscular dos peixes, de chumbo. Os níveis de mercúrio apresentados nas amostras de água e, principalmente, de cabelo, são bioindicadores de contaminação ambiental por este metal, havendo a necessidade de ter sido testada a sua presença no tecido muscular de peixes, haja vista o consumo frequente deste alimento pelos moradores da região. O estudo aproxima as discussões sobre os contaminantes ambientais, seus riscos à saúde humana e a necessidade de políticas públicas que identifiquem e atendam as necessidades dos moradores da região. Sugere-se a adoção de medidas, de modo a informar e prevenir os perigos a que possam estar submetidos; e, ainda, estudos longitudinais que permitam a identificação destes e de outros tipos de contaminantes sobre a saúde dos moradores.