Análise da violência doméstica contra a mulher em tempos de pandemia da COVID-19

Abstract

Objetivo: Analisar a violência doméstica contra a mulher em tempos de pandemia COVID-19 descrita na literatura científica. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa realizada em seis etapas, utilizando a questão norteadora: “Qual o comportamento da violência contra a mulher frente à pandemia do COVID-19?”. O levantamento bibliográfico foi realizado nas plataformas BVS, SciELO, LILACS e MEDLINE nos meses de abril e maio de 2021, sendo obtido 3.183 artigos, que após os critérios estabelecidos, foram selecionados 14 estudos. Resultados: O distanciamento social cria as condições ideais para que os elementos da violência sejam ampliados e muitas vítimas tenham dificuldade em denunciar o agressor. O aumento da violência tem graves repercussões físicas, mentais, reprodutivas, emocionais, de saúde e segurança para as mulheres e seus filhos. Como forma de combater esse tipo de violência, é necessário o apoio do Estado com maior agilidade, bem como seu papel no fortalecimento da segurança das mulheres em situação de vulnerabilidade. Considerações finais: Portanto, as denúncias devem ser incentivadas para combater a impunidade do agressor e buscar reduzir a subnotificação dos casos.

Atuação dos profissionais de saúde da atenção primária frente à violência contra a mulher durante a pandemia do Covid-19

“…Couto et al, (2021), afirmam que, no período da pandemia, os casos de violência contra as mulheres aumentaram de forma significativa e podem resultar em sérios problemas físicos e psicológicos. Rotineiramente, essa violência decorre do estresse e da convivência, sendo bastante comum nos dias atuais casos de relações abusivas que acabam evoluindo para a agressão física, se intensificando a partir do momento que o casal passa a ter mais tempo juntos.…”

Análise da saúde mental das profissionais em risco de violência doméstica na atenção básica do município de João Pessoa no contexto da pandemia

“…Como fatores protetores, ser casada ou ter uma relação estável, realizar exercícios físicos regulares e ter uma boa autoavaliação da saúde. Todavia, os estudos de Oliveira et al, (2021) revelaram que as mulheres experimentaram o aumento da violência doméstica na pandemia e, na maioria dos casos, era praticada pelo companheiro do sexo masculino, causando intenso sofrimento e não sendo o casamento um fator protetor.…”

“…Noutro norte, estudos apontam o aumento na violência doméstica desde o início da pandemia da COVID-19, com estreita relação com a maior permanência da vítima com o seu agressor. Recentemente, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) divulgou que, por meio dos canais federais de denúncias, foram registradas 105.771 denúncias de violência contra a mulher, das quais 72% eram referentes à violência doméstica e familiar (Brasil, 2021;Oliveira et al,2021) .…”

“…Conforme observado por Oliveira et al (2021), o isolamento social imposto pelas autoridades sanitárias como medida para conter a disseminação do vírus SARS-CoV-2 criou um ambiente favorável ao fortalecimento da violência contra a mulher em suas diferentes formas, porquanto não apenas aumentou a permanência da mulher com o seu agressor, mas também favoreceu a ele um maior controle sobre sua vítima, a qual se encontrava isolada dos familiares, amigos e possíveis redes de apoio.…”

“…Além disso, o desemprego, as dificuldades financeiras e o uso excessivo de álcool e drogas são fatores que acentuam e perpetuam relacionamentos abusivos e violentos. Isso reproduz o poder patriarcal prevalente na sociedade e afeta as mulheres em todas as suas dimensões (Oliveira et al,2021).…”