Analisar a cobertura do solo é crucial para o planejamento e gestão sustentável dos recursos naturais na Amazônia. Assim, objetivou-se analisar a dinâmica espacial e temporal da cobertura do solo na microbacia e zona ripária do rio Marobá. Foram utilizadas imagens do projeto MapBiomas (1985, 1998, 2008 e 2022) e o software QGIS 3.28.9. De 1985 a 2022 a área de pastagem na microbacia aumentou de 1,28 km2 (17,34%) para 5,63 km2 (76,29%), enquanto as áreas de formação florestal diminuíram de 5,80 km2 (78,59%) para 1,74 km2 (23,58%), formação savânica de 0,01 km2 (0,14%) para 0,00 km2 (0,00%) e formação campestre de 0,29 km2 (3,93%) para 0,01 km2 (0,14%). Na zona ripária (2,47 km2) foi observada a mesma dinâmica da cobertura, e no ano de 2022 a área era composta principalmente por pastagem (81,38%). Esse avanço da atividade agropecuária nas áreas de vegetação natural também tem ocorrido em diversas outras microbacaias da região. Conclui-se que o avanço excessivo da pastagem na microbacia compromete a disponibilidade de água no período de estiagem e a ocupação da zona ripária com esse tipo de cobertura compromete a qualidade da água, logo, a região apresenta suscetibilidade a escassez hídrica, afetando a integridade do ecossistema. Esse cenário é extremamente preocupante diante dos impactos das mudanças climáticas, que tornam a escassez hídrica mais frequente e intensa. Para mitigar os impactos antrópicos, recomenda-se a adoção de ações integradas, que incluem a melhoria da fiscalização, recomposição da vegetação nativa na zona ripária e em parte da microbacia, sistemas agroflorestais e agrossilvipastoris.