Análise de intervenções farmacêuticas utilizando um instrumento de acompanhamento farmacêutico em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica

Abstract

Introdução: A pediatria apresenta um cenário bastante específico devido ao uso de medicamentos off-label e carência de estudos científicos direcionados à utilização de medicamentos por essa população. Assim, o farmacêutico clínico pode contribuir na identificação e prevenção de problemas relacionados a medicamentos.Métodos: Estudo de coorte retrospectivo realizado em uma unidade de terapia intensiva pediátrica de um hospital universitário do Rio Grande do Sul. Foram analisadas as intervenções farmacêuticas realizadas entre março de 2016 a julho de 2018 por farmacêuticos clínicos. Tais intervenções foram reclassificadas conforme os critérios de um instrumento de acompanhamento farmacêutico (bundle) utilizado na rotina. Foi realizada análise estatística descritiva das variáveis estudadas.Resultados: Das 582 intervenções farmacêuticas analisadas, as categorias mais prevalentes foram dose (n = 97; 16,7%), necessidade (n = 92; 15,8%) e forma farmacêutica (n = 56; 9,6%). Após reclassificação das intervenções farmacêuticas utilizando o bundle, os critérios mais prevalentes foram: critério 1 (revisão da farmacoterapia; n = 285; 49%), critério 4 (analgesia; n = 78; 13,4%) e critério 10 (antimicrobianos; n = 65; 11,2%). As classes de medicamentos mais frequentes foram os do sistema nervoso (n = 213; 36,6%) e os anti-infecciosos gerais para uso sistêmico (n = 115; 19,8%). A taxa de adesão das intervenções farmacêuticas pela equipe médica foi de 85,1%. Conclusão:A classificação das intervenções farmacêuticas utilizando o bundle pode contribuir no aperfeiçoamento do instrumento tornando-o mais viável para uso na unidade de terapia intensiva pediátrica e direcionar o trabalho do farmacêutico clínico nas situações que geram mais problemas relacionados a medicamentos.

Uso do mnemônico FASTHUG-MAIDENS por farmacêuticos clínicos: uma revisão da literatura

“…Após a triagem de títulos e resumos, 11 deles foram selecionados para leitura de texto completo. Destes, 8 [6][7][8][9][10][11][12][13] Ferramenta para identificação de oportunidades de otimização da farmacoterapia Ao contrário do que se esperava, poucos estudos foram incluídos, com um intervalo de sete anos (2014-2020) sem nenhuma publicação, sendo que quase todos os artigos foram publicados nos últimos dois anos e foram conduzidos no Brasil. Por outro lado, já era esperado que a ferramenta fosse mais utilizada no cuidado de pacientes críticos, uma vez que foi originalmente desenvolvida para esse contexto 2 .…”

“…Os outros quatro estudos [10][11][12][13] , todos brasileiros, utilizaram o FASTHUG-MAIDENS como base para a construção de uma nova ferramenta adaptada ao perfil dos pacientes e/ou realidade do serviço, o que poderia ajudar a garantir maior direcionamento e eficiência das ações realizadas pelo farmacêutico clínico.…”

“…Ainda, usando o instrumento "pharmaceutical care bundle", mas acrescido de um novo item (dispensação de medicamentos para a alta hospitalar), Brito et al 13 analisaram as intervenções farmacêuticas realizadas na prescrição médica de pacientes internados em uma UTI pediátrica. Foram realizadas 582 intervenções e as mais prevalentes foram categorizadas nos itens 1 (revisão da farmacoterapia), 4 (analgesia), 10 (antimicrobianos) e 3 (nutrição).…”

“…A taxa de aceitação das intervenções foi de 85,1%. Assim, os autores concluem que foi possível conhecer quais aspectos da terapia do paciente crítico pediátrico foram mais explorados pelo farmacêutico clínico, direcionando seu trabalho para as situações que geram mais PRMs 13 .…”

“…Ademais, Martinbiancho et al 10 relataram como limitação que a coleta de dados foi com base em registros secundários de profissionais em formação (residentes) e Morales Junior et al 11 descreveram como limitação o fato de o instrumento não contemplar as particularidades de todos os pacientes e discrepância entre a necessidade real do paciente e a periodicidade sugerida para o seu uso. Ainda, Brito et al 13 relataram a ausência de protocolos institucionais na pediatria que otimizem a atuação do farmacêutico na equipe contribuindo para a baixa frequência de intervenções em alguns itens do instrumento (por exemplo, relacionados à sedação e delirium) e, também, a não especificidade do instrumento para UTI pediátrica. Vale destacar que as limitações metodológicas dos estudos incluídos [6][7][8][9][10][11][12][13] são fatores que podem diminuir a qualidade da evidência científica encontrada nessa revisão 16 .…”