Introdução/Problematização: o aumento do consumo de energia elétrica, em descompasso com a limitação da capacidade de geração desse importante recurso pelo país, se reflete no aumento progressivo dos preços deste insumo que representa grande parte do orçamento das famílias ou das organizações públicas e privadas. Para se ter um exemplo, a despesa com energia elétrica chegou a ocupar mais de 13% de todo o orçamento de custeio disponível da Universidade Federal de Goiás, instituição escolhida como estudo de caso, com um gasto superior a 14 milhões de reais frente à um orçamento disponível de 105 milhões (JESUS, 2017). Em contramão, existe um gargalo de instrumentos e métodos para a gestão do consumo de energia elétrica nas instituições públicas, muito em função da falta de conhecimento dos fatores influenciadores mais relevantes, assim como suas formas de monitoramento. Destaca-se que a gestão de energia elétrica nas instituições públicas deve ser abordada de maneira institucional por meio de políticas que possam influenciar o comportamento das pessoas (SCHAITL, 2018; MENEGUIN E ÁVILA, 2015), já que estas são consumidoras e podem ser gestoras desse recurso. Diversos autores vêm estudando os fatores técnicos que impactam no consumo de energia elétrica das instituições de ensino superior, tais como ocupação, condições do tempo (temperatura externa), número de horas de operação, arquitetura das instalações físicas, idade das construções, uso de equipamentos com selo de eficiência energética, jornada de trabalho, entre outros (PADIAN et. al, 2006; SERRÃO, 2003; GOVENDER, 2005). Porém, pouco tem sido explorado sobre os fatores comportamentais no uso de equipamentos elétricos, o que impacta diretamente nos fatores econômicos do consumo. Objetivo/proposta: objetiva-se construir um modelo a partir da teoria do comportamento humano nas organizações, que possa ser aplicado na análise do uso dos equipamentos elétricos em uma Instituição de Ensino Superior Pública. Procedimentos Metodológicos: a metodologia da pesquisa está desenvolvida em três etapas: 1) seleção dos referenciais teóricos mais aderentes à pesquisa; 2) estado da arte: análise bibliométricas e de conteúdo; 3) análise das variáveis do modelo de diagnóstico do comportamento humano no consumo de energia elétrica. Principais Resultados: entender o comportamento de uso da energia elétrica nos campi de instituições de ensino é uma importante pré-condição para se elaborar estratégias para melhorar a eficiência energética e realizar um melhor planejamento do consumo nos prédios destas instituições (BROWN et. al, 2002; EVANGELINOS et. al, 2009). Com isso, almeja-se preencher a lacuna de uma ferramenta metodológica para o estabelecimento de políticas institucionais sensíveis aos efeitos do comportamento humano no consumo de energia elétrica nas instituições públicas de ensino superior, de modo a acompanhar as variações inesperadas, assim como propor ações que possam refletir na melhoria destes indicadores e na consequente diminuição do consumo de energia elétrica, sem afetar a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão destas instituições. Com isso, propõem-se um modelo teórico através de hipóteses levantadas na literatura, de modo a se ter um modelo que abarque os aspectos comportamentais do consumo de energia elétrica. Considerações Finais/Conclusão: seguindo o método de pesquisa, primeiramente levantou-se todo o conhecimento científico produzido acerca do tema em análise, construindo um arcabouço de conhecimento e métodos para organização do trabalho da pesquisa. Através do levantamento bibliográfico nota-se uma clara separação da teoria do comportamento e da teoria do consumo de energia elétrica, evidenciando uma lacuna de modelos que preencham a ponte entre os aspectos técnicos e econômicos do consumo de energia elétrica. Contribuições do Trabalho: o modelo teórico proposto apresenta-se como um instrumento para a construção de uma política institucional para a redução do consumo de energia elétrica com base no comportamento dos usuários na utilização de equipamentos elétricos em um ambiente organizacional público. O produto da pesquisa é um modelo dos fatores comportamentais com o estabelecimento de suas variáveis que sejam sensíveis aos efeitos do consumo de energia elétrica em instituições tão diversas e com uma heterogeneidade de atividades tão grande, o que traz uma complexidade de análise por envolver aspectos de diversas áreas do conhecimento científico.