As políticas ambientais atualmente estão exercendo uma forte pressão sobre todos os segmentos geradores de resíduos sólidos. Dentre esses, está à indústria moveleira, pois produz grande quantidade e diversidade de resíduos de madeira, cuja exploração e desperdício desencadeiam uma série de impactos negativos para o meio ambiente e para a saúde pública. Este trabalho teve por objetivo, através de estudo realizado em uma oficina de marcenaria, localizada na cidade do Recife-PE, pertencente ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, propor um sistema de gerenciamento de resíduos madeireiros gerados nessa oficina em conformidade com as leis e resoluções vigentes, com finalidade de minimizar os impactos ambientais negativos oriundos dos resíduos produzidos neste setor. A metodologia utilizada se fez através da coleta de dados por meio de observação direta, entrevista e aplicação de questionário contendo questões referentes aos tipos e desperdícios de matérias-primas, equipamentos usualmente utilizados, cadeia produtiva e os tipos de resíduos gerados nesse processo. Os compensados, os painéis de divisórias e de MDF são a principal matéria-prima da marcenaria. Predominou-se a compra de compensados (61%), seguido de painéis de divisórias (30%) e MDF (9%). Os equipamentos utilizados foram a serra circular, a plaina, a lixadeira e a furadeira. Os resíduos gerados durante o processo produtivo foram o retraço (33%), a serragem (33%), o cavaco (16,67%) e a maravalha (16,67%). Verificou-se que o modelo atual de gerenciamento de resíduos era a doação, faltando ações para a redução de geração e de seu aproveitamento. O resultado mostrou que o nível de desperdício da matéria-prima em forma de resíduos é bastante significativo, girando em torno de 24,5%.