Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico e temporal da mortalidade por neoplasia maligna bucal e sua relação aos fatores de riscos à população brasileira, no período de 2000 a 2019. Métodos: Estudo observacional da mortalidade por Neoplasia Maligna Bucal (100mil) e aspectos socioeconômicos, estilo de vida e aspectos clínicos no Brasil, entre 2000 e 2019. Resultados: Houve aumento em todas as regiões, no Sul (1,4-2,5), Sudeste (1,4–2,3), Nordeste (0,7– 1,8), Centro-Oeste (0,6–1,5) e Norte (0,3–1,1), especialmente, no Espírito Santos (44,8/100mil) e tendo 0,1% dos municípios com maior mortalidade disposto em São Paulo. Ao perfil socioeconômico, Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentam os melhores indicadores (renda e IDH), entretanto, estilo de vida inadequado: sedentarismo (24,9%), etilismo (29,7%), tabagismo (15,3%) e excesso de peso (64,4%) no Sul; aos aspectos clínicos, apresentando maiores taxas de mortalidade em homens (47,1/100mil), entre 40-59 anos (106,9/100mil), sem histórico familiar (58,3%), tabagistas (81,6%) e estilistas (69,3%), com local primário de tumor na boca (21%), grau IV (52,9%) e múltiplos protocolos terapêuticos (26,8%). Conclusão: Houve aumento da mortalidade, sobretudo, no sexo masculino, acima de 40 anos, tabagistas e etilistas, podendo inferir sua maior exposição aos riscos atrelados as lacunas existentes em questões de prevenção, diagnóstico e tratamento no Brasil.