Introdução: A sífilis é uma infecção de caráter sistêmico, sua transmissão pode ser dada através do ato sexual, da placenta ou da transfusão sanguínea. É uma doença que pode ser prevenida, porém quando não tratada precocemente, pode evoluir para um quadro crônico com sequelas irreversíveis. Uma vez ocorrido o meio de transmissão por via placentária, resulta-se em uma doença denominada sífilis congênita. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico de casos de sífilis congênita no estado de Piauí. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo e analítico desenvolvido por meio da análise dos casos de sífilis congênita no estado do Piauí, os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) via DATASUS. Para aprofundamento da pesquisa, foram estudadas as seguintes variáveis: ano da notificação, Microrregião IBGE de residência segundo o ano de diagnóstico, cor/raça realização do pré-natal, faixa etária e escolaridade materna e evolução do caso. Resultados e discussão: no recorte temporal analisado foram notificadas 1.665 casos, deste observa-se maior ocorrências entre os anos de 2018 (499 casos), 2017 (443) e 2019 com 396 casos. Ainda no contexto anual, consegue-se notar uma variação com declínio a partir de 2020. Acerca dos municípios de notificação, foi perceptível maior destaque na capital Teresina com maiores índices de notificações (1.095 ocorrências). As principais características relacionadas à mãe foram a idade de 20 a 29 anos (50,93%), cuja cor/raça afirmadas, em sua maioria eram pardas (69,6%) e associadas à baixa escolaridade (25,89% não possuíam o ensino fundamental concluído). Conclusão: mesmo diante de diversos métodos atuais utilizáveis para contornar o contexto das sífilis congênitas, percebe-se que ainda se trata de uma narrativa atual e persistente. Neste sentido, entende-se que as ferramentas, a captação, o diagnóstico e a continuidade no tratamento durante o pré-natal apresenta lacunas que necessitam de resoluções.