No meio rural as interferências nos recursos hídricos estão relacionadas à destruição das áreas de preservação permanentes devido à utilização de agrotóxicos, manejo inadequado do gado e de seus dejetos. As áreas de preservação permanente (APPs) são fundamentais na busca pelo desenvolvimento sustentável, minimizam os impactos da ação pluvial, eólica no solo e garantem a preservação da biodiversidade, estabelecendo o equilíbrio do ambiente. O estudo objetivou analisar a qualidade físico-química e microbiológica das águas localizadas em área de preservação permanente (APP), destinadas à dessedentação animal em propriedades rurais produtoras de leite na região do Vale do Taquari-RS, verificando se há relação entre a qualidade da água e a vegetação nativa existente nessas localidades. Por meio de atividades in loco foi realizado, com o auxílio do GPS, o levantamento dos vértices das propriedades rurais delimitando os elementos naturais e demarcando os tipos de usos e coberturas da terra presentes na propriedade. As áreas de preservação permanentes foram delimitadas com base na legislação vigente (BRASIL, 2012). Nesses locais foram coletadas e analisadas amostras de água por meio de parâmetros físico-químicos (amônia, cor, ferro, turbidez, sólidos dissolvidos totais) e microbiológicos (coliformes totais e termotolerantes) com o uso do Kit de Potabilidade Alfakit® e equipamentos de leitura rápida. Os resultados das análises de água foram comparados com o valor máximo permitido de cada parâmetro estabelecido pela Resolução CONAMA no 357/2005 (classe 3). Diagnosticou-se que 33% das amostras enquadraram-se nos valores máximos permitidos pela legislação vigente quanto a qualidade da água e nessas áreas o percentual da APP coberta por vegetação nativa é inferior a 50% da área total. Conclui-se que é necessário elaborar e executar projetos que busquem a educação ambiental, para capacitar e conscientizar os produtores rurais.