A transfusão de sangue é um processo complexo e oneroso, o qual requer a utilização de tecnologia avançada e profissionais altamente qualificados e que atuem de maneira conjunta e interdisciplinar, com o intuito de garantir a redução dos riscos transfusionais e prevenir a disseminação de agentes infectocontagiosos no sangue doado. Assim, para garantir a segurança do doador e do receptor de sangue, o processo transfusional inclui duas etapas importantes, a triagem clínica e a triagem sorológica, as quais visam a redução dos riscos transfusionais. Este trabalho teve como objetivo determinar os principais motivos de inaptidão nos candidatos a doação de sangue do Brasil, conforme os relatórios do HEMOPROD 2020 e relacioná-las ao sexo do doador. O presente estudo constitui-se em uma análise documental com o objetivo de conhecer os dados do sistema HEMOPROD brasileiro. A pesquisa utilizou dados secundários obtidos dos relatórios registrados no sistema HEMOPROD no ano de 2020. As variáveis pesquisadas foram: o sexo, o tipo de doação, o tipo de doador e os motivos de inaptidão na triagem clínica. O estudo seguiu os preceitos éticos estabelecidos pela Resolução nº 466/2012, do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados mostram que na hemorrede brasileira, no ano de 2020, o número de candidatos à doação de sangue foi de 3.999.937 com uma taxa de inaptidão de 16,76%. A prevalência de rejeição ocorreu principalmente no sexo feminino, nos doadores de primeira vez e no tipo de doação espontânea. E, as principais causas de inaptidão nos homens e mulheres foram o comportamento de risco para ISTs, a anemia e a hipertensão. Além disso, observou-se que a grande maioria das inaptidões para doação foram temporárias, o que mostra a importância do desenvolvimento de estudos e instrumentos que estimulem o retorno desses candidatos à doação.