Análises do perfil farmacoterapêutico e dos custos com tratamentos de pacientes atendidos pelo componente especializado da assistência farmacêutica no município de Caririaçu, Ceará

Abstract

Objetivos: analisar o perfil farmacoterapêutico e os custos com tratamentos de pacientes atendidos pelo Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) em município do estado do Ceará. Métodos: estudo descritivo e exploratório realizado em um município de pequeno porte situado no estado do Ceará. Os dados foram coletados na farmácia do CEAF, de janeiro de 2020 a janeiro de 2021, referentes aos pacientes cadastrados no serviço entre junho de 2011 a junho de 2020. Incluiu-se, no estudo, os usuários que eram residentes no município e que passaram por todas as etapas do CEAF, no Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus), a saber: cadastro, solicitação, avaliação, autorização, dispensação e renovação. Para determinação dos custos por tratamento, utilizou-se os valores descritos nas guias de recebimento de medicamentos fornecidas pela Secretaria Estadual de Saúde. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel® e a análise estatística, do tipo descritiva, foi realizada por meio do Statistical Package for Social Sciences®. Resultados: A amostra foi constituída de 143 indivíduos, no qual observou-se predominância de pacientes do sexo feminino (86,0%; n=123) e de faixa etária > a 50 anos (78,3%; n=112). A doença mais prevalente foi a osteoporose idiopática (61,7%; n=96), preponderante nas mulheres (68,1%; 91), especialmente na faixa etária 60 e 69 anos (61,7%; n=96). Com relação aos usuários do sexo masculino, a doença mais prevalente foi esquizofrenia paranoide (48,1%; n=13). Ao todo foram dispensados 27 itens do CEAF, com destaque para o calcitriol 0,25mg; a olanzapina, de 5 e 10mg; a atovastatina de 10 e 20 mg; e a quetiapina, de 25, 100 e 200 mg. A maioria dos medicamentos pertencia ao grupo 1A do CEAF (59,6%; n=16), cujo financiamento e distribuição aos estados compete ao Ministério da Saúde. A condição clínica com maior financiamento pelo sistema de saúde foi a esquizofrenia paranoide, com investimento de 21,2% (R$ 63.050,40), no período de um ano, do total em medicamentos. Conclusão: Nossos achados viabilizaram o delineamento do perfil clínico e dos custos com tratamento de usuários atendidos pelo CEAF. Integralizar os conhecimentos clínicos, epidemiológicos e de gestão do medicamento é importante para superar as adversidades e atender, apropriadamente, as necessidades de saúde da população.